Badauí repassa carreira, defende legalização da maconha e critica Bolsonaro
Fernando Badauí tem 45 anos de vida, 26 deles dedicados ao CPM 22.
Mesmo participando de outros projetos musicais, sendo dono de restaurante, influencer digital e amante do Corinthians, da maconha e da cerveja, Badauí é, principalmente, "aquele cara do CPM".
Splash bateu um papo via Zoom com o vocalista da banda para repassar a carreira e tentar entender se é possível imaginar o Badauí sem CPM.
Badauí
Durante a pandemia do novo coronavírus, a banda não ficou parada. Rolou lançamento de single inédito, live acústica e até show drive-in.
O cantor diz que a sensação de fazer um show para um público dentro de carros lembrou um filme de ficção científica. Mesmo classificando a experiência como fria, ele diz que teve o lado bom de fazer dinheiro para equipe do backstage.
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Lado bom...
Relembrando a carreira do CPM 22, Badauí acredita que todo álbum fica marcado. Porém, o trabalho "Cidade Cinza" tem um quê de diferente.
Lançado pela Arsenal Music, de Rick Bonadio, em parceria com a gravadora Universal, o álbum ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro em 2007. Porém, ele reclama da falta de divulgação do trabalho num momento complicado da banda.
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Outro ponto alto da banda na visão de Badauí foram as presenças constantes nos festivais, muitos deles como banda principal. Para o vocalista, essa marca dá uma dimensão do tamanho do CPM.
Após o 'Cidade Cinza', saímos da gravadora. Éramos uma banda que sempre tinha lançamento e conseguimos continuar participando de grandes festivais como Planeta Atlântida e João Rock, e o próprio Rock in Rio em 2015.
...e lado nem tão bom.
Mas nem só de coisas boas vive a trajetória de uma banda. O rompimento com o empresário e produtor Rick Bonadio não foi dos mais amigáveis.
Badauí faz questão de reforçar que o trabalho com Rick rendeu bons frutos e que não rolou atritos entre as duas partes até a decisão do CPM de respirar novos ares. Segundo o cantor, a declaração do empresário de que a banda deu um "chapéu financeiro" nele é mentirosa.
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Outro fato mais recente da trajetória da banda foi a saída do baterista Japinha após conversas com uma jovem menor de idade. As mensagens eram de 2012, quando ele tinha 38 e ela 16.
O vocalista reforçou as declarações da banda à época e disse que colocou uma pedra no assunto.
Quem substitui Japinha na nova formação do CPM é Daniel Siqueira, que também integra a banda de hardcore Garage Fuzz.
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Roqueiro progressista
Há semanas, uma discussão entre Pe Lu, ex-Restart, e Digão, do Raimundos, levantou debate sobre o posicionamento de artistas do rock com relação à política nacional.
Pe Lu criticou o que ele chamou de roqueiros reaças, mencionando o nome de Digão, e dizendo que não é possível ficar em cima do muro ao falar do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Badauí concorda que é necessário se posicionar contra o que ele classificou como "governo autoritário". Se dizendo de centro-esquerda, o vocalista do CPM 22 afirmou que defende a pluralidade de ideias, e até por isso é radicalmente contra um regime que tem a oposição como inimiga.
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Futebol, maconha e cerveja
Quem acompanha Badauí nas redes sociais sabe que ele tem uma paixão tão grande quanto pelo punk rock: o futebol. Ou melhor, o Corinthians.
Adepto da campanha contra o futebol moderno, ele diz que nunca assistiu a um jogo do seu time de coração em um camarote.
Música, pra mim, não tem competição nenhuma. Futebol tem.
Quando falo de futebol moderno, não é o futebol como produto, isso é inevitável. Mas sou contra não permitir torcida adversária, instrumentos, sinalizadores, coisas que são de festa e raramente dá problema. As brigas são fora do estádio, em metrô, coisas marcadas pela internet.
O também empresário e responsável pelo bar Cão Véio diz que a pandemia causou muitos prejuízos aos seus negócios. No momento difícil, ele também perdeu o amigo e sócio Marcos Kichimoto. que morreu de infarto.
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Além das bandeiras do futebol e da cerveja, Badauí é defensor da legalização da maconha. O cantor diz que o debate vem crescendo no país nos últimos anos e ele acredita numa regulamentação para o consumo da droga num futuro.
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