O forró e o piseiro invadiram os quatro cantos do Brasil.

Nomes como Barões da Pisadinha ("Tá Rocheda"), Zé Vaqueiro ("Volta Comigo BB"), Xand Avião ("Não Pode se Apaixonar") e DJ Ivis ("Esquema Preferido") são nomes constantes no topo das paradas de sucesso.

Notou que nenhum dos nomes destacados é uma mulher?

Mas elas estão aí, sim! E uma das artistas que está a frente desse processo é Mari Fernandez, 20, cantora cearense que tenta arrastar outras colegas para o topo.

Com "Não, Não Vou", Mari dominou tudo quanto é viral da internet. Seja nas redes sociais, com os challenges (as famosas dancinhas) sendo replicado por milhares de pessoas no TikTok, ou nas plataformas de streaming, liderando o Top Viral Global do Spotify.

O refrão é bem chiclete:

A cantora conversou com Splash sobre seu sucesso que viralizou no Brasil. Ela diz que foi uma surpresa ver sua música virar dancinha —e agradece a repercussão.

Os números realmente impressionam: são cerca de 10 milhões de visualizações somando Spotify e YouTube, além de 1,2 milhões de vídeos no TikTok tocando a música da cantora.

A cantora diz que o TikTok é uma rede social que vem impulsionando muitos artistas, o que é uma tremenda verdade. "Tipo Gin", do MC Kevin o Chris, e "Bipolar", dos MCs Don Juan, Davi e Pedrinho, que estão entre as mais ouvidas do país, são sucessos também na plataforma de danças.

Porém, ela reforça que o TikTok deve ser consequência, não alvo.

Acho que é preciso fazer música para o público gostar, a dancinha no TikTok é algo que vai acontecer naturalmente. É uma rede social que entrega muito bem, mas acho que o foco não deve ser esse.

Mari aprendeu a tocar violão ainda criança e nunca mais largou a paixão pela música. Já aos 15 anos, começou a compor suas primeiras canções e viu que tinha jeito, sendo elogiada por amigos e familiares.

Foi graças a suas composições que ela ganhou destaque no forró. Inspirada em outras artistas que começaram sua carreira na composição, ela já produziu trabalhos para artistas como Tarcísio do Acordeon. Mari acredita que novas mulheres podem dominar a cena.

Acho que existe o espaço para mulheres, mas quero que a partir de mim venham outras. Falam que eu sou a primeira [de sucesso no piseiro], mas não quero ser a única de destaque. Nunca pensei 'ah, porque sou mulher vai ser difícil', acho que não funciona assim.

Piseiro Sofrência

O nome do seu álbum de trabalho não poderia ter nome mais certeiro e fiel à obra. "Piseiro Sofrência" é carregado de dor de amor.

Pode até surpreender, mas Mari disse que boa parte das histórias cantadas no trabalho são pessoais, que ela passou durante sua vida e viraram música. Claro que com uma pitada de dramatização para deixar tudo mais legal.