Alinne Prado ficou noiva ao vivo e venceu depressão
De Splash, em São Paulo
05/07/2021 04h00
Alinne Prado virou assunto no último mês ao dar uma aula sobre racismo no "TV Fama", mas sua trajetória na TV é de longa data. Com passagem pela Globo, incluindo o "Encontro" e o 'Video Show", a jornalista carioca viveu alguns dos principais momentos da vida em frente às câmeras.
História de luta
Nascida no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, bairro do Rio de Janeiro, Alinne exalta seus pais por lhe proporcionarem o acesso à educação, o que permitiu que ela ocupasse espaços nunca explorados antes por sua família.
Tive uma família estável, pai operário, mãe dona de casa. Me deram estrutura, condições para mim e para os meus irmãos. Morávamos em frente a uma boca de fumo. Não era uma privilegiada, era uma devedora. Precisava mudar minha vida em primeiro lugar.
Alinne Prado
Amigo Machado
Estudando em um colégio particular, Alinne relata que era excluída pelas outras meninas, que se recusavam a brincar com ela. Passava o tempo livre na biblioteca, onde encontrou um amigo diferente.
Me refugiava na biblioteca. Descobri Machado de Assis e me inspiro nele até hoje. Peguei gosto pelo conhecimento. Fui a primeira a me formar na família por causa dessa exclusão.
Alinne Prado
Elogio de peso
Quando foi dispensada da GloboNews, Alinne se viu sem alternativas, mas encontrou uma luz na figura de ninguém menos do que Fátima Bernardes. Foi graças à apresentadora que ela conseguiu migrar para o "Encontro", em 2012.
Ela veio até mim dizendo que não acreditava que eu estava sendo demitida. Disse: 'Ontem, eu, William [Bonner] e [Carlos Henrique] Schroder estávamos te elogiando!'. Ela me chamou para o programa dela naquele dia - relembra Alinne.
Intimidade exposta
Foi no "Encontro" que Alinne viveu alguns de seus principais momentos da vida, todos registrados pelas câmeras do programa. "Fui pedida em casamento ao vivo! Exibiram meu casamento, a primeira ultrassonografia do meu filho. Tirei até carta de motorista numa reportagem!", lembra.
Sonho de paquita
Quando participou do "Dancing Brasil", em 2019, já depois de sair da Globo, Alinne relata que seguiu com sua "militância solo". Ao dançar valsa vestida de princesa, usou dreads no cabelo. E também realizou o sonho de ser a primeira paquita negra.
No dia do meu aniversário, dancei salsa e 'Ilariê'. Quis ser a paquita preta! A própria Xuxa me deu o chapéu de verdade e disse que eu seria uma linda paquita. Ironicamente, o chapéu não coube na minha cabeça porque não foi feito para o meu cabelo.
Venceu depressão
Quando foi demitida da Globo, em 2017, Alinne passou por uma sucessão de traumas, incluindo um assalto à sua casa e um aborto espontâneo, As cicatrizes permanecem até hoje, mas ela festeja ser uma mulher curada.
Entrei numa depressão profunda. Depois, engatei numa síndrome do pânico. Não queria mais voltar para a TV. Estava certa disso. Por incrível que pareça, foi no hospital, após perder minha filha, que fui me curando - revela.
Hoje, Alinne não toma mais antidepressivos e tenta levar uma vida mais orgânica. "Passei a plantar minhas hortinhas. Conheci uma comunidade quilombola que se tornou muito importante para mim. Parei de tomar antidepressivos por conta daquele lugar, pelo contato com a natureza", explica.
Versão família
Alinne admite que nunca sonhou em se casar e ter filhos. "Queria ser do mundo!", brinca. Mas, hoje, festeja a família que construiu com o marido, Bruno Nalbone, o filho, Arthur, e a sobrinha/filha, Larissa.
Quando veio a família, foi um presente. Meu marido é um companheirão. Ele me ensina a ter tolerância, tem posicionamentos muito diferentes dos meus. Meu filho é um presente, minha sobrinha está na faculdade, me enche de orgulho. É meu grande tesouro.
Dividindo o tempo entre São Paulo, onde grava na RedeTV!, e o Rio, onde mora, Alinne ainda conta que adora cozinhar e ler, mas também não esconde a saudade da vida boêmia.
Estou num período ruim em São Paulo, tudo fechando cedo pela pandemia. Não dá para aproveitar. É desafiador ficar longe. Amo o Rio, sou muito carioca da gema. Mas também me sinto acolhida aqui!