Spike Lee compara Bolsonaro a gângster; diretor de Bacurau cita Cinemateca
No dia da estreia do Festival de Cannes, na França, o presidente do júri, Spike Lee, não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Lee também foi incisivo com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e do mandatário russo, Vladimir Putin.
Na coletiva de imprensa, o diretor de "Malcom X" e "Infiltrados na Klan" comparou o presidente brasileiro a um líder de uma máfia, segundo o The Hollywood Reporter e o Deadline.
Este mundo é governado por gângsters. O 'agente laranja' [Donald Trump], o cara do Brasil [Jair Bolsonaro] e Putin. Eles são gângsters e farão o que quiserem. Eles não têm moral nem escrúpulos. E temos que falar abertamente contra gângsteres como esse.
Spike Lee é o presidente do júri do 74º Festival de Cinema de Cannes, sendo a primeira vez que os jurados serão presididos por um homem negro.
O diretor respondeu à pergunta de um jornalista sobre a opressão feita em território russo na coletiva que precede a abertura de exibições do festival. Hoje, será exibido "Annette", com Adam Driver, que concorre ao Palma de Ouro.
O brasileiro Kleber Mendonça Filho estava na coletiva de imprensa e disse estar emocionado por voltar a ver uma obra na tela de cinema.
Esta noite é minha primeira vez em um cinema em 15 meses.
O diretor ainda criticou indiretamento o governo federal de Jair Bolsonaro (sem partido) pela administração em meio à pandemia.
Já atingimos mais de 500 mil mortes [no Brasil]. Temos dados técnicos de que se o governo tivesse agido corretamente, 350 mil mortes poderiam ter sido evitadas. Eu aconselho que vocês discutam os problemas, informem as pessoas.
Ele defendeu que uma das formas de "resistir" é divulgar a informação e denunciar, por exemplo, "o fechamento da Cinemateca Brasileira há mais de um ano", uma "forma muito clara de reprimir a cultura e o cinema".
São 90 mil títulos, 230 mil rolos de filme e videoteipes. Técnicos e especialistas forma demitidos. É um caso claro de completo desprezo pela cultura e pelo cinema.
Em 2019, Kleber ganhou o "Prêmio do Júri" com "Bacurau", cuja história mostra um prefeito tentando tirar proveito da população local e apresentado como uma crítica ao momento vivido pelo país pelos diretores.
O Brasil é representado este ano nas categorias de melhor curta-metragem, com "Sideral," e "Céu de Agosto", além do prêmio "Certo Olhar" com "O Marinheiro das Montanhas" e mostras especiais exibindo "Cantareira" e "Medusa".
*Com informações da AFP e RFI
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