Como 'Gossip Girl' definiu uma geração desafiando as expectativas
Quando ela chegou, tudo era mato. Muito antes de Aria (Lucy Hale) engatar um romance com o professor em "Pretty Little Liars", lá esteve Dan (Penn Bagdley). No ar entre 2007 e 2012, a "Gossip Girl" original foi uma das primeiras séries adolescentes a aproveitar a internet a seu favor.
Será que o reboot pode fazer o mesmo?
Vamos fazer uma viagem no tempo para os confins de 2007, quando as redes sociais ainda não eram nem de longe o que são hoje (no Brasil, eram tempos de Orkut), e a TV aberta lutava para transformar o sucesso virtual em audiência.
Esse era um dos grandes problemas de "Gossip Girl" na primeira temporada. Internet afora, os jovens não falavam de outra coisa. Mas os números na TV não traduziam o mesmo sucesso, o que era uma questão séria para a recém-lançada emissora The CW.
Parece coisa de outro mundo, hoje, dizer que o burburinho na rede mundial de computadores não ajudava muito a manter uma série no ar. Mas essa era a realidade. E o que ajudou a salvar a atração foi o que afundou muitas outras:
a greve dos roteiristas, em 2008.
Sem opção do que exibir, graças à sua programação escassa, a The CW foi obrigada a preencher a programação com reprises da primeira temporada de "Gossip Girl". Foi assim que a série acabou sendo descoberta por um público mais amplo —embora nem todo o mundo tenha ficado satisfeito com o que viu.
Associações de pais e responsáveis ficaram não menos que chocadas com o tipo de atração destinada aos jovens e adolescentes. Mas o departamento de marketing da emissora se apropriou das críticas negativas e as utilizou para o lançamento da segunda temporada da série.
O que aconteceu em seguida virou história e faz parte do que transformou a série não apenas em um hit, mas em um ponto dissonante dentro da televisão. A febre de "Gossip Girl" foi além das telas. Influenciou coleções de grifes famosas e fez do programa uma grande vítima da "cultura do spoiler".
De certa forma, o drama teen se tornou sucesso indo na contramão do que se esperava dele, sendo destinado a um público jovem. Tendo em sua órbita astros como Lady Gaga e Tyra Banks, que até descolaram uma pontinha na atração, "Gossip Girl" rapidamente caiu no gosto popular e de lá nunca mais saiu.
Parte do seu apelo, no entanto, está ligado à época em que se insere. Como soaria uma "Garota do Blog" em pleno 2021, quando quase todo tipo de comunicação, positiva ou negativa, já acontece por meio das redes sociais? Eis o desafio que a nova versão da série precisa cumprir.
Com a espera para a nova versão de "Gossip Girl" chegando ao fim, resta lembrar que adaptar seus dramas e romances para a nova era requer um entendimento muito mais profundo de redes sociais do que os criadores da original, Josh Schwartz e Stephanie Savage, sequer pretendiam ter.
Afinal de contas, eles podiam até estar certos, lá em 2007, quando sugeriram que a internet se tornaria um grande palco para fofocas e julgamento. Agora, se a série quiser novamente nadar contra a maré, precisa ir um pouco além.
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