Servidores da Cinemateca alertaram governo em abril sobre risco de incêndio
A possibilidade do incêndio ocorrido hoje em um galpão da Cinemateca Brasileira foi apontada em comunicado divulgado por servidores em abril.
No texto divulgado há três meses, os profissionais pediam por uma ação emergencial do governo para preservar o acervo e manter o funcionamento do espaço.
A possibilidade de auto combustão das películas em nitrato de celulose, e o consequente risco de incêndio frequentemente recebem atenção da mídia e do público. A instituição enfrentou quatro incêndios em seus 74 anos, sendo o último em 2016, com a destruição de cerca de 500 obras. O risco de um novo incêndio é real.
Servidores da Cinemateca Brasileira em comunicado divulgado em abril deste ano
Os servidores apontaram que nenhum corpo técnico estava acompanhando o acervo, além de destacar que não existia a possibilidade de checar o funcionamento de geradores e sistemas de climatização.
"Sem trabalhadores não se preservam acervos", conclui o manifesto compartilhado pela equipe no Twitter.
O público recuperou a postagem para lamentar sobre o descaso do governo após o alerta feito pelos seguidores. "Por falta de aviso não foi", reforçou uma das pessoas.
Famosos também compartilharam críticas ao governo nas redes sociais após o incêndio. Leandra Leal, Felipe Neto, Tico Santa Cruz e outros artistas lamentaram o descaso dos governantes com o patrimônio cultural.
Incêndio
A unidade da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, teve o galpão de arquivo comprometido - uma área de cerca de 1 mil m². Segundo os bombeiros, não há registro de vítimas até o momento.
Ao todo, 50 bombeiros e dezessete viaturas estão no local para controlar as chamas. O incidente teria começado no teto, por volta das 18h, mas está próximo de ser controlado.
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