'E a Rebeca é baile de favela': como funcionam as festas de rua em SP
De Splash, em São Paulo
30/07/2021 04h00
E a Rebecca é baile de favela...
Rebeca Andrade foi medalha de prata no solo na ginástica artística nas Olimpíadas de Tóquio. Sua coreografia foi embalada por uma mistura de Bach com "Baile de Favela", sucesso de MC João com produção do DJ R7, lançada em 2016.
Fizemos uma espécie de glossário sobre como funcionam esses eventos.
'Mandelão'
Significa "música" —essa é óbvia, né? Mas não é qualquer música, não. "No baile de favela só toca mandelão", diria um dos diversos carros de som estacionados pelas ruas do evento.
O "mandelão" é a música que tem uma batida marcante e uma letra escrachada, falando sobre curtição de forma bem explícita, sem muita firula. Antes de a pandemia brecar os bailes, o que estava na moda eram as batidas metalizadas, incluindo instrumentos como berimbau, e com graves estourados.
Desculpa, morador
Um dos grandes problemas dos bailes de rua é a falta de espaço adequado. A maioria acontece nas ruas, entre os becos e vielas das periferias da cidade. Isso, obviamente, acaba incomodando os moradores que precisam dormir e convivem com o barulho até o amanhecer.
Em vez de palcos com artistas, quem dita o ritmo dos bailes são os carros de som. Com mais de um pelas ruas, tocando músicas diferentes, a confusão sonora causa um efeito interessante, pois quem participa do baile tem a chance de acompanhar a música que mais lhe agradar.
Copão de 700
"Festa sem bebida alcoólica é reunião", diz o ditado. No baile de favela não pode faltar o famoso "copão de 700". Ele consiste num copo de 700ml com uma dose de whisky, energético e um gelo com sabor de coco, maracujá ou a gosto do cliente.
Figurino
Os chamados "kits", tanto masculino, quanto feminino, são variados. As roupas que costumam fazer mais sucesso para os homens são as camisas de time ou de marcas como Lacoste e Oakley, além de um bom boné com óculos escuros —mesmo sendo um evento noturno.
No caso das mulheres, o short jeans é destaque, com foco também para os óculos escuros mandrake.
Um item que completa a vestimenta, mas que não é roupa em si, é o guarda-chuva. Aberto e balançando para fazer vento, o objeto também é sucesso nos bailes de favela em São Paulo.