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Comissão entra com queixa-crime contra Frias por incêndio na Cinemateca

O secretário especial da Cultura, Mário Frias - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
O secretário especial da Cultura, Mário Frias Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Cláudio Ferreira

Por Agência Câmara de Notícias

04/08/2021 01h39

A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados entrou com uma queixa-crime contra o Secretário Especial da Cultura, Mario Frias, após o incêndio em um galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que aconteceu na última quinta-feira (29).

Em entrevista à Rádio Câmara, a presidente da comissão, deputada Alice Portugal (PCdoB - BA), afirmou que também foi feito um pedido nesta segunda-feira (2) ao Ministério Público Federal para que uma auditoria seja realizada na Secretaria Especial da Cultura do governo federal.

O incêndio destruiu parte do acervo da Cinemateca Brasileira, que tem cerca de 1 milhão de documentos herdados da antiga Embrafilme. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo teria começado em um aparelho de ar-condicionado.

Por causa do incêndio, parte do teto do galpão desabou e o prédio foi interditado. A Polícia Federal está conduzindo as investigações. Em nota, a Secretaria Especial da Cultura informou que o sistema de climatização passou por uma manutenção um mês antes.

Para a deputada Alice Portugal, o incêndio foi uma tragédia anunciada. "Nós temos os vídeos de menos de 15 dias antes do recesso, técnicos e amigos da Cinemateca dizendo que existia um risco de incêndio. Isso tudo foi avisado à Secretaria Nacional de Cultura, tudo foi noticiado por e-mail, por documentos, à Secretaria Nacional de Cultura. Nenhuma decisão foi tomada e o incêndio aconteceu, para o prejuízo de um patrimônio relevante, indispensável para a preservação da memória do cinema nacional".

Responsabilidades

Já o deputado Luiz Lima (PSL-RJ), também integrante da Comissão de Cultura, salienta que só com o fim do inquérito é que poderão ser apontadas as responsabilidades pelo incêndio. Ele ressaltou que o material guardado na Cinemateca faz parte da realidade brasileira e apontou que providências devem ser tomadas em relação às imagens.

"De imediato: verificar o estado do acervo, os danos e identificar o que pode ser recuperado. Falamos da quinta maior cinemateca em resultado do mundo, com 250 mil rolos de filmes, além de programas de TV e registros de jogos de futebol. É parte da nossa história que elas estejam ali estocadas para nossas futuras gerações".