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Após incêndio na Cinemateca, Frias lança edital para 'resgate de heróis'

O secretário especial da Cultura, Mário Frias - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
O secretário especial da Cultura, Mário Frias Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

De Splash, em São Paulo

10/08/2021 13h10Atualizada em 10/08/2021 13h10

O secretário especial de Cultura, Mario Frias, anunciou o lançamento de um edital que destinará cerca de R$ 30 milhões para obras audiovisuais que tratem sobre a independência do Brasil, que comemorará 200 anos em setembro.

Segundo Frias, o edital é "investimento no resgate do imaginário público de todos os grandes heróis da independência" e que mais editais =voltados a produtores locais serão anunciados.

O secretário não informou quando esses novos editais serão disponibilizados.

A Cultura acaba de lançar um edital de 30 milhões de reais, inteiramente voltado para os 200 anos da Independência do Brasil, que selecionará projetos de obras audiovisuais. Teremos um excelente investimento no resgate do imaginário público de todos os grandes heróis da nossa independência. A comemoração do Bicentenário é um evento de todos os brasileiros, e iremos levá-la para cada um de vocês. Mario Frias

O anúncio de um edital voltado à obras audiovisuais vem depois do incêndio no galpão da Cinemateca, em São Paulo. A instituição é vinculada com a secretaria do ex-Malhação e com o ministério do Turismo.

O incêndio destruiu parte do acervo da Cinemateca Brasileira, que tem cerca de 1 milhão de documentos herdados da antiga Embrafilme. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo teria começado em um aparelho de ar-condicionado.

O MPF (Ministério Público Federal) já havia alertado o governo federal de um risco de incêndio nas dependências da Cinemateca em julho. A audiência realizada na Primeira Vara Federal faz parte de uma ação do MPF contra a união por abandono da Cinemateca, que foi despachada em julho do ano passado. No processo, o MPF pedia que a união viabilizasse a gestão e a preservação da instituição, destinando ao órgão o orçamento de R$ 12,2 milhões, que já era previsto para 2020.

Atores, produtores e cineastas denunciaram o estado de descaso que a Cinemateca se encontrava.

Frias disse que o estado de conservação do local é uma das "heranças malditas do governo apocalíptico do petismo" — o PT deixou a presidência em 2016, há cinco anos.

A gestão do ex-ator de "Malhação", que teve tuíte racista apagado do Twitter, é marcada pelo desconhecimento do titular da pasta sobre assuntos culturais e de rebate a críticos do governo federal, como Emicida.

No final de julho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou um decreto regulamentando o Programa Nacional de Apoio à Cultura, conhecido como Lei Rouanet.

O programa fala em incentivo às Belas Artes — envolvendo a arquitetura, pintura, escultura, música, dança, teatro e literatura. O programa terá um plano anual que será desenvolvido pela Secretaria especial de Cultura, chefiada hoje por Mario Frias — que já criticou ações culturais e a negativa a eventos através de instituições ligadas a sua secretaria.