Ficar em cima do muro não parece ser opção para quem faz rock no Brasil.

O gênero musical, afinal, sempre foi visto como subversivo e "contra tudo isso que está aí". Em tempos polarização política, vira e mexe, roqueiros são acusados de reacionarismo e, por sua vez, reclamam do chamado "mimimi".

Pois, em entrevista a Splash, o Sepultura se mostrou defensor ferrenho da liberdade de expressão.

Para o guitarrista Andreas Kisser, esse tipo de discussão é "ridícula". Ele crê que o rock deve falar sobre o que der na telha, citando nomes conservadores do gênero, como Eric Clapton e James Hetfield.

Andreas disse ainda que ele e outros integrantes da banda, como o baixista Paulo Xisto, lutaram nos anos 1980 e 1990 para que a banda pudesse ter liberdade artística. Mesmo assim, ele crê que não exista uma "régua" para o roqueiro.

Até porque, para Kisser, o mesmo não é cobrado de outros gêneros.

E o Sepultura, hein?

Quem ouve Sepultura sabe muito bem o que uma das bandas de eavy metal de maior sucesso no mundo prega nos seus trabalhos desde 1984. Em entrevista a Ecoa, Andreas e o vocalista, Derrick Green, falaram sobre o governo, combate à fome, desmatamento e outras bandeiras da banda.

Eloy Casagrande, baterista e calouro do grupo, destaca que cada integrante tem suas ideias políticas individuais. Porém, a mensagem deles é uníssona e transmitida nas músicas.

Saudade dos palcos

Por conta da pandemia da covid-19, o Sepultura ficou longe dos palcos e dos estúdios. E para banda de death metal, não é fácil pensar em alternativas como shows drive-thru.

Imagina só fazer headbanging dentro do carro?

Durante a quarentena, o grupo fez algumas lives, trocando papo com amigos da música e com os fãs. O resultado foi o álbum "SepulQuart", lançado nessa sexta-feira (13, sugestivo, não?) e conta com 15 faixas já conhecidas do público, como "Apes Of God" e "Sepulnation".

Andreas lembrou que "Quadra", último álbum de estúdio do Sepultra, lançado no começo de 2020, ainda chegou a compor o setlist de alguns shows da banda, mas não rodou o mundo como planejado.

Agora, a banda se diz ansiosa pela volta aos palcos.