DJ Ivis vira réu; denúncia cita violências doméstica, psicológica e moral
A Justiça do estado do Ceará aceitou a denúncia do MPCE (Ministério Público do Ceará) contra o cantor DJ Ivis. O artista se torna réu por lesão corporal e ameaça — com circunstância agravante, segundo o Código Penal.
A denúncia ainda apresenta quatro violências que Ivis cometeu contra Pamella Holanda: violência doméstica no âmbito da família, física, psicológica, patrimonial e moral. Todas elas com base na Lei Maria da Penha.
A violência psicológica é "qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima" com comportamentos de ameaça, constrangimento, humilhação e chantagem. A violência moral configura configure calúnia, difamação ou injúria para a vítima. Já a patrimonial é a "retenção, subtração, destruição parcial ou total" de objetos, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos.
O MP apresentou a denúncia ainda em julho, no dia 27, através da 3ª Promotoria de Justiça de Eusébio. No dia seguinte, a justiça estadual acatou. Segundo o TJ-CE (Tribunal de Justiça do Ceará), o processo está sob segredo de justiça.
A justiça determinou que Ivis seja citado e apresente a sua defesa. O processo está em tramitação na Vara Única Criminal do Eusébio.
Iverson foi denunciado pelos crimes previstos nos artigos 129, parágrafo 9º, e 147, com artigo 61, inciso II, alínea f, do Código Penal. A denúncia do MPCE também pede a condenação de Iverson com base nos artigos 5, inciso II, e 7, incisos I, II, IV e V da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). MPCE
Splash tenta contato com a defesa de DJ Ivis.
Em julho, a polícia indiciou Dj Ivis por três crimes: lesão corporal, ameaça e injúria no âmbito da violência doméstica. Segundo a polícia, o músico agrediu a ex-mulher em dezembro do ano passado — o que descaracteriza o caso mais recente, denunciado por Pamella por vídeo publicado nas redes sociais, como isolado.
Após o procedimento, uma medida protetiva foi decretada pela polícia para evitar que o cantor se aproximasse da mulher e pudesse agredi-la novamente. Ao todo, nove pessoas foram ouvidas pela polícia.
Ivis foi preso preventivamente no dia 14 de julho. Após a prisão, ele foi encaminhado para a sede da Perícia Forense do Estado do Ceará, onde foi submetido a exames periciais e, agora, segue no presídio Irmã Imelda Lima Pontes, na Região Metropolitana de Fortaleza, e permanece à disposição da Justiça.
No dia 19 do mesmo mês, a defesa de Iverson de Souza Araújo, o DJ Ivis, teve um pedido de habeas corpus negado no último final de semana.
Repercussão do caso
Pamella Gomes de Holanda, companheira de Iverson de Souza Araújo, o DJ Ivis, compartilhou nas suas redes sociais uma série de vídeos que mostram o artista a atacando com tapas, socos e chutes. Também via Instagram, ele confessou as agressões, mas disse que é vítima de uma chantagem.
Os trechos divulgados por Pamella foram feitos, segundo ela, na residência do casal, em datas diferentes. O UOL assistiu aos vídeos, mas por conta do teor violento não iremos compartilhá-los. Em certo momento, Ivis agride a mulher com ela próxima ou até mesmo segurando a filha Mel, de nove meses.
No dia 3 de julho, Pamella foi à polícia e fez um boletim de ocorrência por agressão contra Ivis. No dia seguinte, o MP (Ministério Público) solicitou uma medida protetiva para a mulher e a filha, o que foi concedido pelo TJ-CE.
Após a repercussão do caso, artistas, gravadoras e plataformas digitais boicotaram produções de DJ Ivis como forma de repúdio.
Ivis é um dos principais nomes do forró brasileiro, tendo sucessos como "Volta Bebê, Volta Neném", "Esquema Preferido" e "Não Pode se Apaixonar". O produtor tinha mais de 7 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.
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