'Free Guy', de Ryan Reynolds, surfa na nostalgia e critica era dos reboots
De Splash, em São Paulo
19/08/2021 04h00
Apesar de estar irremediavelmente ligado a Deadpool, Ryan Reynolds quer que seu público saiba:
Hollywood depende de ideias originais para sobreviver criativamente.
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Precisamos de novas histórias, porque elas mantêm Hollywood saudável. Por outro lado, eu amo quadrinhos, franquias e essas coisas. 'Free Guy' é uma interseção interessante disso. Ryan Reynolds, em entrevista para Splash
Em seu novo filme, que começou a ser desenvolvido antes da fusão da Disney com a Fox, Reynolds interpreta Guy, um personagem não-jogável de um videogame, que, de repente, 'acorda' e começa a questionar a própria realidade.
Para o diretor Shawn Levy, que também comandou a série de filmes "Uma Noite no Museu" (2006, 2009, 2014) e produz a série "Stranger Things", "Free Guy - Assumindo o Controle" é a oportunidade de usar do atrevimento para levantar um debate sobre o estado de saúde da indústria.
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É a nossa forma de satirizar Hollywood, que ficou cada vez mais dependente de franquias e refilmagens. Gosto de contar novas histórias. Espero que Hollywood siga apostando nelas. Shawn Levy, em entrevista para Splash
O "cinismo", como define o próprio Levy, vem através do personagem de Taika Waititi. Antwan é o criador do jogo em questão e tem uma disputa ideológica com Keys (Joe Keery) e Millie (Jodie Comer). O primeiro só acredita em sequências; os outros dois tentam criar algo novo, que desafie a audiência.
Ele faz um discurso bem cínico sobre o valor das sequências e a inutilidade de originais. Novas histórias não são feitas com tanta frequência, mas sempre podem surpreender. Shawn Levy
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Mesmo assim, o filme não deixa de fazer as suas referências e soltar pistas ao longo do caminho para os fãs mais atentos observarem um easter-egg aqui e outro ali —e eles estão em toda parte. Levy explica que eles eram uma parte importante do longa. Afinal, os games são cheios deles.
Começamos a pensar: 'Qual seriam as coisas mais legais e icônicas que alguém poderia usar para lutar?'. E isso nos levou a duas das maiores surpresas no filme. Shawn Levy
Que surpresas? Sem spoilers por aqui!
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De Volta para O Show de Truman
Reynolds não esconde que as referências que usou para construir o seu personagem são extensas. Enquanto o filme brinca com a ideia de adequação, e isso remete à trilogia "De Volta para o Futuro", também tem um pouco de "O Show de Truman" (1998) no conceito.
Alguns dos temas são similares: o mundo não é o que parece, estamos sendo vigiados, ou usados. Para mim, muito da inspiração vem de Peter Sellers e 'Muito Além do Jardim'. Ryan Reynolds
No filme, de 1979, Sellers interpreta um homem que passa a vida cuidado de um jardim e vendo TV, sem contato com o mundo externo —até o dia em que precisa sair desse lugar, e todos passam a considerá-lo um gênio em tudo o que diz.
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É divertido ver um personagem indo do ponto zero a astro. É o que acontece com Guy. Ele é um coadjuvante que se torna basicamente um super-herói. E eu amo esse tipo de história. Ryan Reynolds
Saudade?
Em 2019, o trio veio ao Brasil para divulgar o filme. Eram tempos pré-covid, e o lançamento estava marcado para julho de 2020.
Na ocasião, a grade de proteção que separava palco e público da CCXP caiu, tamanha a euforia entre os presentes. Um momento, aliás, que os três não esquecem.
Eu me diverti muito, não houve um único momento chato naquela viagem. Foi incrível poder viver um pouco da cultura brasileira, e eu nunca menosprezo isso. Tenho muita sorte. Ryan Reynolds
Enquanto isso, Keery e Levy se lembram da animação da plateia.
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Eles estavam tão empolgados que derrubaram a barricada. Ryan foi rápido, logo começou a perguntar se as pessoas estavam bem, ele ficou preocupado. Mas não me esqueço dessa paixão. Joe Keery
Levy concorda:
Aquele foi um dos dias mais empolgantes da minha carreira. Não acredito que isso foi há 18 meses. É muito triste que tivemos que esperar tanto tempo para mostrar o filme, mas estou muito feliz que esse momento finalmente chegou.
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