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Mulher de ator pornô diz que ele tentou pular janela horas antes de morrer

Daniel Palomares

De Splash, em São Paulo

01/09/2021 14h00

A morte do ator pornô Gabriel Vieira na última semana ainda está cercada de muitos mistérios. A polícia segue investigando o que teria levado o jovem de apenas 24 anos a ser encontrado sem roupas em uma vala da BR-116. O momento também é de dor para os familiares de Gabriel e para sua mulher, a também atriz pornô Luana Prado, que conversou com Splash sobre os últimos momentos ao lado dele.

Está sendo muito difícil. Pensa num casal que fazia tudo junto. Ele era minha metade da laranja. Quem me ajudou a ser quem eu sou foi ele. Não sei o que fazer por enquanto.

De acordo com o relato de Luana, Gabriel viajava de Florianópolis, onde o casal vivia, para Minas Gerais, a fim de visitar o avô que se preparava para uma cirurgia delicada. Porém, pouco antes de embarcar em um carro por aplicativo, o rapaz teria se desesperado e quase foi impedido de viajar pela mulher.

"Ele saiu de si, quis pular a janela. Estava se sentindo preso dentro de casa", relembra Luana. "Quando a motorista chegou, não sei o que aconteceu. Puxei ele pelo pescoço para não pular e a mulher falou que ele foi agredido. Chamei a polícia. Falei que ele não estava num estado bom para viajar, mas ninguém me ouviu. Ele falava que ia voltar para mim", conta a atriz, que acusa a motorista do app de ter inventado que o casal teria brigado e que Luana teria drogado o marido.

Procurada por Splash, a motorista, que não quer se identificar, rebateu as acusações e contou que, durante a viagem, Gabriel falava de uma tal "água rosa" que ele não queria beber. "Não estou acusando ninguém de nada. No carro, ele falava que não queria tomar mais aquela água rosa, mas não parecia drogado", explica.

Pelo relato da motorista, Gabriel se jogou do carro dela ainda em movimento, mas conseguiu andar até um centro de fiscalização da rodovia, onde foi atendido por dois rapazes. "Parei o carro na hora, mas depois que ele estava no centro, segui viagem. Fiquei com medo de tê-lo no carro novamente e sofrer algum mal", conta a motorista.

Luana discorda. "Se ele tivesse caído do carro, ele não estaria só com um 'arranhadinho' na perna. Ele estaria com a roupa rasgada e o rosto todo machucado. Ela me acusou de ter drogado ele. É muito estranho. As contas bancárias foram desvinculadas do meu celular. Todos os contatos dele foram bloqueados. Se ele tivesse ido de ônibus, nada disso teria acontecido", sugere.

Drogas

Luana conta que morava em São Paulo até pouco antes do início da pandemia, mas se mudou para Brasília para viver com uma amiga no ano passado. Foi lá que conheceu e se apaixonou por Gabriel. Ela trocou a prostituição pela carreira no pornô e o rapaz passou a gravar conteúdos ao lado dela.

Eu conheci o Gabriel quando eu estava no fundo do poço. Ele era muito bonito, chamava muita atenção. Se eu sou quem eu sou hoje, é por causa dele.

Luana Prado

Após começarem a namorar, Luana também conta que conseguiu afastar Gabriel do mundo das drogas. "Ele usava cocaína. Nunca mais usou na minha frente. Ele teve recaídas, eu fiquei do lado dele. Mas ele não era viciado. Ele não comprava. Ofereciam para ele e ele não sabia falar não. A gente saiu desse meio. Sofríamos muito assédio. Ofereciam dinheiro para sair com a gente. Achavam que a gente topava tudo", diz.

Perguntada sobre a tal "água rosa" que Gabriel citou durante a viagem de carro, Luana conta que, dias antes de sua morte, os dois foram a uma festa na qual oferecem uma bebida rosa para Gabriel. Ele estava com outros amigos e ela não viu se ele aceitou, mas no fim da noite, passou mal, vomitou e precisou ir embora da festa ao lado da mulher.

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Morte do ator pornõ Gabriel Vieira é cercada de mistérios
Imagem: Instagram

Justiça

Luana relata que, desde que a história foi veiculada na mídia, passou a receber muitas acusações de ter algum tipo de envolvimento na morte do marido. Ela nega qualquer relação e torce para que se descubra exatamente o que aconteceu nos últimos momentos de vida de Gabriel.

"Fiquei muito nervosa quando vi uma reportagem com tom de acusação. Nos comentários de um vídeo no Youtube, estavam me chamando de Flordelis, dizendo que mandei isso acontecer", revela. "Mas não é isso que vai me abalar agora. O que me abala é a morte dele. Quem não deve, não teme. Eles estão me acusando de uma coisa que eu tenho convicção de que eu tentei ajudar. Nunca imaginei que meu namorado ia embora dessa forma. Eu evitei a todo momento que ele viajasse."

Me conforta saber que ele não está mais nesse mundo aqui sofrendo. A gente não sabe o que passava na cabeça dele. Ele me contou que tinha vários traumas. Ele nunca vai ser esquecido. O nome dele vai estar à frente de tudo que eu fizer. Fiz o que eu pude para ajudá-lo. Só quero que achem os culpados.

Luana Prado