O brasileiro está se descobrindo 'furry' depois do 'The Masked Singer'?
De Splash, em São Paulo
02/09/2021 04h00
Não deu outra quando a Onça Pintada subiu ao palco do "The Masked Singer" nesta terça (30). Até Ivete Sangalo disse que "a gente tá ficando a fim" do tal mascarado e Gil do Vigor "sentiu um clima". Isso levou as redes sociais à seguinte pergunta:
Será que o brasileiro está se descobrindo "furry"?
Mas o que é o "furry fandom"?
O termo diz respeito a uma subcultura ligada a personagens antropomórficos. Ou seja, aqueles que apresentam características físicas semelhantes às de animais, mas personalidade humana.
A comunidade é formada por entusiastas e artistas que compartilham interesse no gênero. Nos grupos, as pessoas se envolvem em atividades coletivas e alguns até criam seus próprios personagens.
Assim, os furries não se diferem de um grupo de fãs de um gênero musical ou de algum artista, por exemplo.
Eles se vestem com fantasias de animais o tempo todo?
Não. Segundo pesquisa do International Anthropomorphic Research Project, as atividades mais importantes para os furries envolvem artes e aceitação —ao contrário dos estereótipos, sexo não é considerado um interesse essencial dentro do grupo.
As fantasias antropomórficas são usadas por uma parte pequena do fandom. O estudo afirma que menos de 15% possuem uma fursuit completa, e 25% possuem uma parcial —isto é, ao menos dois ou três itens.
Mesmo assim, mais de 70% têm pelo menos um item que os identifique como parte da comunidade furry.
De onde vem o interesse?
O interesse das pessoas pela comunidade furry tem origens diversas. Segundo o FurScience, muitos membros dos grupos começaram a se aproximar por uma série de fatores variados, geralmente identificando uma mistura entre influência externa e identificação interna.
Já as razões para fazer parte são quase unânimes: a grande maioria se sente motivada pela sensação de pertencimento dentro da comunidade, o que pode ajudar na autoestima e fazer escapar da rotina.
Mas não é um fetiche?
Existem, sim, temas sexuais dentro da comunidade, mas nada unânime. O estudo de 2017 revela que atração é um motivador para 37% daqueles que responderam à pesquisa, mas não um fator essencial —entretenimento e pertencimento, por exemplo, são agentes mais importantes.