Em 'Mise en Scène', Gabriel Leone fala em 'lavagem cerebral contra a arte'
Para os consumidores de filmes, séries, peças e outras representações artísticas, o processo de um ator para se entregar à arte quase sempre passa despercebido. No entanto, esta é uma das etapas mais importantes durante a criação de um personagem.
Entender as particularidades de cada artista para criar e mergulhar nos trabalhos é o tema de "Mise en Scène: a Artesania do Artista", documentário idealizado por Maytê Piragibe, Leandro Pagliaro e Manuh Fontes - que também assina a direção e roteiro.
Com a narração de Glória Pires, a produção reúne depoimentos de renomados atores, como da própria Piragibe e também Antônio Fagundes, Zezé Motta, Camila Pitanga, Dira Paes, Marco Nanini, Gabriel Leone, Cassia Kis, Bruno Fagundes, Gustavo Miranda, Lucas Oradovschi e Maurício Flórez.
O título é inspirado na obra do filósofo e poeta Rainer Maria Rilke, e apresenta uma espécie de manifesto pela arte, além de propor uma imersão pelo início da carreira dos atores, enquanto os mesmos teorizam sobre a morte, e tenta entender o momento em que cada um se identificou como artista, seja cantando, como o caso de Zezé Motta, ou por meio da expressão corporal, exemplo de Camila Pitanga.
As gravações começaram há quatro anos e a estreia acontece apenas agora. Em conversa com Splash, Gabriel Leone diz acreditar que lançamento do filme em pleno 2021 é fundamental, uma vez que a arte no Brasil sofre tantos ataques.
Estamos em um período de guerra contra a cultura e estamos vivendo um grande atraso no país. Inclusive, vivemos uma lavagem cerebral contra a arte, como se cultura fosse descartável.
Assim, para o ator protagonista da série "DOM", o documentário passa a ser também um ator de resistência. "Seguiremos fazendo a nossa arte."
Leone é amigo de Manuh Fontes e já tinha trabalhado com a diretora na novela "Velho Chico". "Sempre conversamos muito sobre arte e ela sempre teve uma curiosidade específica sobre o processo dos atores", conta. "Quando ela resolveu começar este projeto, de abrir uma possibilidade de investigar os processos diferentes de cada ator, ela me convidou."
O argumento de "Mise en Scène: a Artesania do Artista" é de Maytê Piragibe. A atriz, que conta com passagens pela Globo e pela Record, se viu com a necessidade de resgatar o próprio método de criação e, desta ânsia, criou o documentário ao lado de Leandro Pagliaro e Fontes.
A ideia era falar da essência do processo criativo, da importância da arte, e acabou se tornando um grande manifesto. Tenho certeza que a arte cura, acalenta e cria o diálogo.
Estreia de Pirangibe como produtora executiva, o filme é considerado por ela como um "projeto de guerrilha". "Não buscamos incentivos externos, apenas arregaçamos as mangas para realizá-lo", contou à Splash.
Eu também operei câmera, ajudei na direção de arte, na própria edição e finalização do projeto.
"Mise en Scène: a Artesania do Artista" concorre como melhor documentário no Festival Independente de Cinema de Toronto e também será exibido no Festival Internacional Feminino de Cinema de Toronto. No Brasil, ele está disponível na Globoplay.
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