Clinton transou com a estagiária em 1998, e o escândalo virou série agora
Você se lembra do Escândalo Lewinsky?
23 anos depois do caso envolvendo o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, o escândalo sexual ganha ares de ficção na TV com a terceira temporada de "American Crime Story". Agora, a promessa é fazer com que cada um dos envolvidos tenha autonomia sobre sua versão.
O caso, que envolve um emaranhado de acusações e investigações, foi a público em 17 de janeiro de 1998. Neste dia, o site Drudge Report publicou uma nota alegando que a Newsweek havia engavetado uma matéria sobre o affair entre o então presidente e a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky.
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Alguns dias depois, a história ganhou repercussão nacional através do jornal The Washington Post. O assunto do momento culminou no discurso feito por Clinton no dia 26 de janeiro do mesmo ano, alegando categoricamente:
Eu não mantive relações sexuais com aquela mulher, a Srta. Lewinsky.
Nos meses seguintes, a mídia manteve um debate acalorado sobre o tema, questionando se o affair havia acontecido e se o então presidente estava mentindo.
Dessa cobertura, a série de Ryan Murphy pretende analisar onde a mídia foi sensacionalista e as consequências políticas dessa abordagem.
O caso Paula Jones
A descoberta do caso, no entanto, começou através da ex-servidora civil do Arkansas Paula Jones. Em 1994, ela abriu um processo por assédio sexual contra Bill Clinton e o ex-policial Danny Ferguson.
Jones afirmava ter sofrido assédio por Clinton em maio de 1991. O caso foi levado até a Suprema Corte e, servindo como testemunha, Monica Lewinsky negou, alguns anos depois, ter tido qualquer tipo de envolvimento sexual com Clinton.
A verdade é que, na ocasião, Monica e o presidente já estavam mantendo um affair —os encontros dos dois perduraram de 1995 a 1997. A ex-estagiária confidenciava sobre o relacionamento para a amiga e servidora pública Linda Tripp.
O papel de Tripp no caso foi primordial. Aconselhada pela agente literária Lucianne Goldberg a gravar as conversas com Monica, Tripp começou a fazer isso, em segredo, em setembro de 1997.
Quando Linda descobriu que a amiga havia mentido no caso de Paula Jones, entregou as fitas para Kenneth Starr.
Starr na época era um investigador do Escritório de Conselheiros Independentes. Ele estava mergulhando no caso e investigando Clinton por outras acusações, envolvendo os imóveis de Clinton e uma possível obstrução de justiça —era o Escândalo Whitewater.
A partir das novas provas coletadas, Starr expandiu sua investigação para cobrir também Lewisnky e seu possível perjúrio no caso de Paula Jones.
Foi a revelação dessas fitas, então, que levou a público o Escândalo Lewinsky.
A partir daí, Monica passou de testemunha a acusada, e decidiu entregar as provas que tinha em troca de imunidade —entre elas, o icônico vestido azul com manchas de sêmen do presidente.
Uma vasta conspiração
Durante todo o andamento do caso e sua exposição pública, Hillary ficou ao lado do marido, e chegou a conceder uma entrevista para um programa de TV dizendo que Bill, do partido democrata, estava sendo alvo de "uma vasta conspiração da direita".
"Uma Vasta Conspiração", inclusive, é o título do livro de Jeffrey Toobin que serviu de base para os 10 episódios da série do FX.
Esse clima de bipolaridade política inevitavelmente tomou conta do discurso, e alguns analistas, como o âncora Johnny Cochran, ligaram o escândalo a uma suposta fatiga que afastou eleitores do partido democrata nas eleições dos anos 2000, que Al Gore perdeu para George W. Bush.
E na ficção?
A série produzida por Ryan Muprhy tem direção criativa de Sarah Burgess, e conta com o envolvimento de Monica no time criativo. A ideia de Murphy, Brad Simpson e Nina Jacobson, os produtores, é que ninguém além da própria Monica Lewinsky deveria lucrar com essa história.
Beanie Feldstein ("Fora de Série") foi convocada para viver Monica na ficção. Sarah Paulson interpreta Linda Tripp, e Clive Owen e Edie Falco são, respectivamente, Bill e Hillary Clinton. Os 10 episódios começam a ser exibidos no dia 7 de setembro, nos Estados Unidos. Ainda não há data no Brasil.
Embora o caso tenha sido ostensivamente coberto pela mídia, a versão ficcionalizada busca mostrar como Monica e outros envolvidos, às margens do poder, foram perdendo o controle das próprias narrativas.
Produtor Brad Simpson, para o portal The Hollywood Reporter
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