'Round 6': de onde saiu a brincadeira Batatinha Frita, 1, 2, 3?
Se você passou 15 minutos navegando por alguma rede social nas últimas semanas, provavelmente se deparou com alguma publicação brincando com a sinistra boneca gigante da série "Round 6", da Netflix, ou com a frase "Batatinha Frita 1, 2, 3".
As referências são ao primeiro dos seis jogos da nova atração coreana da plataforma, e após inundarem as redes sociais, trouxeram um debate à tona.
Você sabia que o "Batatinha Frita" é específico para o Brasil?
No original, a frase dita pela boneca faz referência a uma flor. Por isso, foi adaptada na dublagem e na legenda conforme os costumes de cada país. Em inglês, por exemplo, ela diz "red light, green light" ("sinal vermelho, sinal verde").
Mas você já conhecia a brincadeira como "Batatinha Frita"?
Segundo o Ministério Público Federal, o "Batata Frita 1, 2, 3" teria surgido —com este nome— na cidade de Miguel Pereira, no interior do Rio de Janeiro. De acordo com as instruções, o líder fica de costas para os outros participantes, e diz a frase. Depois, ele se vira.
Os outros precisam avançar até onde está o chefe, mas só podem se mover quando ele não estiver olhando.
Na série que virou fenômeno, o detalhe cruel é que aqueles que se mexerem fora da hora pagam com a vida, o que dá origem a um verdadeiro banho de sangue logo no primeiro episódio.
Variações
As variações da brincadeira são muitas, e a série demonstra o quantidade de nomes diferentes que ganhou ao redor do mundo. Nas legendas italianas, por exemplo, a brincadeira se chama "Uma, duas, três estrelas", e nas legendas em espanhol, segue o padrão em inglês, com "Luz roja, luz verde".
Porém, mesmo dentro do Brasil, existem outras brincadeiras parecidas, e que ficaram mais conhecidas em algumas regiões do país.
Você se lembra de "Estátua"? Teve até uma música da Xuxa!
A diferença para "Batatinha Frita" é que, em "Estátua", os participantes precisam dançar enquanto a música estiver tocando, e ficarem imóveis quando a música parar. Quem errar, vai saindo do jogo.
Outra brincadeira semelhante, mas com outro nome, é "Mamãe, posso ir?"
Nesta versão, que teria surgido na cidade de São Raimundo Nonato, no Piauí, a pessoa que fica de costas é a "mãe", e diz quantos passos seus "filhos" podem dar, vencendo quem chegar até a pessoa primeiro.
Quer mais uma?
A brincadeira do "Vivo ou Morto" também tem algumas semelhanças, já que as crianças precisam obedecer a um comando para ficarem de pé ou agachadas, e quem errar vai saindo.
Provavelmente teria sido um título literal demais para a série, não é?
Mas por que existem tantas variações regionais?
Na Antropologia, as variações de hábitos e tradições têm a ver com as próprias origens de cada lugar, com os costumes que foram passados de geração para geração e até mesmo com o poder aquisitivo daquela população.
Além disso, como essas brincadeiras têm tradição oral, elas podem ir se transformando com o tempo. Isso contribui para que sejam conhecidas com nomes e regras diferentes em cada lugar, ou que fiquem mais conhecidas em alguns estados do que em outros.
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