'Jornal Nacional não trata Bolsonaro como inimigo', diz Cristina Padiglione
O Jornal Nacional, assim como grande parte da imprensa, se debruça desde o início da pandemia para desmentir as mentiras propagadas pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Entre elas, a orientação do uso precoce da hidroxicloroquina - medicamento sem eficácia comprovada - para o tratamento da covid-19. Um tom de "guerra" entre o presidente e o telejornal da TV Globo parece ter se instalado.
Mas na avaliação de Cristina Padiglione, colunista da Folha/Agora e convidada do podcast Splash TV Vê, o maior telejornal do Brasil não trata Bolsonaro como um inimigo.
O que acontece é que o jornalismo da TV Globo tem apresentado uma resistência muito corajosa e muito à altura das barbaridades que o presidente pratica e fala. Não é uma questão de ser inimigo, é uma questão de resistência.
Eu não acho que exista uma guerra contra o Bolsonaro e tenho dito isso desde o início da pandemia. Acontece que quando se tem uma crise sanitária, que pede uma reação com resistência mais forte, pode parecer que tenha subido o tom. Eu lamento que outras emissoras não tenham fôlego financeiro para fazer o mesmo.
O episódio especial do aniversário de dois anos do podcast Splash TV Vê, que foi ao ar na terça-feira (19), destacou também a chegada da CNN no Brasil.
Mauricio Stycer, colunista do UOL, considera a estreia da emissora no país como um dos acontecimentos mais importantes do jornalismo nos últimos dois anos, porém com ressalvas em relação ao negacionismo.
O pior do ano no jornalismo foi dar espaço para o negacionismo. Isso eu vi em todas as emissoras citadas aqui [CNN, SBT e Record TV]. A CNN ficou muito mal com comentários do Alexandre Garcia, precisando corrigi-lo várias vezes.
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