Inédito no Brasil, 'Marighella' é atacado no IMDb: 'Robôs da milícia'
Antes mesmo da estreia no Brasil, marcada para o próximo dia 4 de novembro nos cinemas, o filme "Marighella", dirigido por Wagner Moura, acumula mais de 45 mil avaliações no site agregador de filmes e séries "IMDb", que dão à obra a nota média negativa de 3,6 —de um total de 10.
O filme, produzido em 2018 e planejado para o lançamento em 2019, foi adiado algumas vezes, tanto por causa da pandemia ou por outras questões burocráticas envolvendo a Ancine (Agência Nacional do Cinema). A narrativa conta a história de Carlos Marighella, deputado cassado que se tornou guerrilheiro durante a ditadura militar do Brasil. O político, que chegou a ser considerado o grande inimigo do regime, foi morto em 1969.
Baseado na biografia "Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo", de Mário Magalhães, o filme traz Seu Jorge interpretando o protagonista, e o elenco conta também com Bruno Gagliasso, Humberto Carrão, Adriana Esteves e Herson Capri.
Procurado por Splash, o diretor Wagner Moura declarou:
A repetição desse ataque desesperado ao filme é significativa do que tenho dito. Ela diz mais sobre o estado das coisas no Brasil, do que sobre o filme que fizemos. Gosto do fato de o filme incomodá-los ao ponto deles organizarem suas milícias digitais para dar notas baixas a uma produção que ainda não estreou. Mas, claro, sobretudo lamento termos que passar por isso. Da última vez o IMDB entendeu o que estava acontecendo e derrubou a ação dos robôs da milícia. Espero que o façam de novo.
Exibido pela primeira vez em 15 de fevereiro de 2019, no Festival Internacional de Berlim, sob aplausos, o filme virou o centro de controvérsias desde o anúncio da produção. A repercussão do tema o transformou em vitrine de uma espécie de "cabo-de-guerra" metafórico entre apoiadores e detratores. Por isso, negativar suas avaliações torna-se um tipo de protesto público contra o seu lançamento.
Esta não é a primeira vez que isso acontece com "Marighella". Em 2019, o "IMDb" suspendeu a avaliação do mesmo título e apagou mais de mil críticas negativas publicadas na página do filme. Na época, a ação foi coordenada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e a nota média chegou a 2,8.
"Marighella" também não é o primeiro filme a ser alvo deste tipo de ação. Outras obras, como "Capitã Marvel" (2019), "Pantera Negra" (2018), "Star Wars: Os Últimos Jedi" (2017) e "Caça-Fantasmas" (2016) passaram por situações parecidas, com os ataques concentrados no agregador de críticas "Rotten Tomatoes". Depois disso, a plataforma implementou medidas de segurança para garantir que as avaliações da audiência sejam comprovadas. Hoje, existem dois tipos de notas do público —a "audiência verificada", feita por quem pode comprovar que assistiu ao filme, e a "audiência geral", aberta a todos.
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