Luiz Caldas diz que não canta mais 'Fricote' por letra racista
Visto como um dos precursores do axé, Luiz Caldas, de 58 anos, diz que não canta mais um dos seus maiores hits, a música "Fricote" — que gerou debates nos últimos anos por causa de sua letra racista.
O hit, lançado em 1985 e apontado como marco zero do surgimento do axé music, começa com os seguintes versos:
Nega do cabelo duro
Que não gosta de pentear
Quando passa na baixa do tubo
O negão começa a gritar
--"Fricote"
A expressão "cabelo duro" tem origem racista, especialmente se relacionada a uma pessoa negra, como no caso da canção. Cabelos crespos, assim como qualquer tipo de cabelo, não são "duros". O termo foi e ainda é comumente usado para depreciar uma característica negra.
Em entrevista ao jornal O Globo, o cantor conta que acha desnecessário apresentar a música em seus shows, explicando que a composição não cabe mais atualmente e que é preciso "respeitar as regras".
Existem várias músicas que não cabem hoje. Se quer viver bem em uma sociedade é preciso respeitar as regras. Admiro essa geração que está colocando muitas coisas no eixo.
Em outro trecho, Luiz Caldas diz que se tivesse só "Fricote" de sucesso, como muitos artistas, teria que cantá-la para se sustentar e sustentar a família. "Mas tenho muitos [sucessos]", assegura.
"Acredito que 'Fricote' cumpriu o papel dela, de ser o elo com essa corrente toda que chama axé music e que não é bem um estilo musical como samba, o rock, mas uma forma de fazer música, que faz um convênio com todos os estilos", diz.
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