Netflix, HBO Max ou Prime Video? Com o crescimento das plataformas de streaming, surgem as inevitáveis comparações: entre qualidade de conteúdo e dos aplicativos, qual delas leva a melhor?

Splash faz o balanço entre as três.

A Netflix, primeira a surgir, é a mais conhecida (são 214 milhões de assinantes), mas a concorrência tem se acirrado. Com o lançamento da HBO Max, a plataforma entrou no páreo e disputa atenção e assinaturas —mas todas precisam convencer potenciais assinantes de que valem a pena.

Então, quais pontos precisam ser observados?

Para esta análise, que tem como objetivo pontuar os prós e contras das três plataformas, levamos em conta a qualidade e a relevância das produções e a navegabilidade das plataformas: em qual delas é mais fácil achar os conteúdos? Qual trava o tempo todo?

Volume ou qualidade?

A Netflix começou a produzir suas originais em 2013, e desde então já emplacou vários hits, de "Orange Is the New Black" e "House of Cards" a "La Casa de Papel" e "Round 6". O grande volume é condizente com a máxima que guia a companhia: ter um pouquinho para todos.

Por isso, nela é possível encontrar programas pensados para os mais variados públicos: de uma sitcom como "The Ranch" a reality shows que dão o que falar ("Casamento às Cegas", "Brincando com Fogo") e filmes para agradar a cinefilia -"O Irlandês", "Roma" e "História de um Casamento".

Neste sentido, os conteúdos da HBO Max são menos variados, mas ainda cobrem um grande leque. Além de abraçarem os originais da HBO, o canal traz outras produções do selo da Warner, como Cartoon Network, DC Comics e filmes clássicos do estúdio.

Sua identidade está inevitavelmente ligada à da HBO enquanto canal (que "não é TV", como prega o slogan clássico) e aos novos lançamentos da Warner: ao virar a casa de filmes como "O Esquadrão Suicida", "Maligno" e "Duna", a plataforma assume uma relevância em sua ligação com blockbusters.

Netflix e HBO parecer ser polos opostos. As originais Netflix, embora cada vez mais impactantes com o público, não refletem a mesma unanimidade com críticos.

No grande escopo, fala-se até hoje da relevância de "Família Soprano" e "The Wire", por exemplo. De "House of Cards" e "OITNB", nem tanto.

Do outro lado, o Prime Video assume uma estratégia diferente, que parece ter transicionado nos últimos anos. Suas primeiras originais, como as obscuras "Sneaky Pete", "Bosch" e "Hand of God", aos poucos deram lugar a outras que passaram a fazer mais parte das conversas e do imaginário popular.

Isso vai além de sucessos como "Fleabag" e "Maravilhosa Sra. Maisel", e culmina em produções populares que também costumam furar a bolha de críticos e premiações. Até o drama de super-heróis "The Boys" já recebeu indicações ao Emmy.

Neste momento, a Amazon prefere produções para o público jovem, capazes de gerar conversas, enquanto acordos com nomes como Phoebe Waller-Bridge e Donald Glover ajudam a associar a plataforma a produções conceituadas para a TV e para o cinema.

Notas - qualidade e relevância das produções:

Netflix: 3,5/5,0

HBO Max: 4,0/5,0

Prime Video: 3,0/5,0

E as plataformas?

Aqui, a Netflix assume a liderança. O aplicativo está disponível para todas as plataformas (incluindo mobile, consoles de videogame e smart boxes, como Roku e FireTV) e tem um sistema que adequa a qualidade de reprodução dos conteúdos à velocidade de internet.

Ou seja: se a sua conexão estiver lenta, ele até vai rodar os vídeos em uma qualidade menor. Mas travar, não vai.

O sistema de recomendações é funcional, e identifica os hábitos de consumo de cada conta para sugerir títulos parecidos. Algumas vezes, isso pode dificultar a descoberta de outras novidades, mas até para isso a Netflix criou algumas soluções:

A primeira delas é o top 10, que dá um parâmetro geral do que está sendo mais visto por outros espectadores. A outra é o "títulos aleatórios", uma funcionalidade em que a Netflix simplesmente escolhe por você.

Já a HBO Max, novata do trio, aqui decepciona um pouco, porque tem um carregamento pesado que gera constantes reclamações nas redes sociais sobre a dificuldade para navegar. A plataforma, apesar de nova, foi elaborada sobre a mesma "base" da HBO Go —esta, sim, a anterior campeã de travamentos.

Uma atualização recente no aplicativo ajudou a sanar alguns dos problemas. Mesmo assim, ainda há impasses, sobretudo considerando que o aplicativo não está disponível para todas as plataformas.

Quem usa FireTV, por exemplo, não consegue ter acesso pela TV.

Por fim, o Prime Video não apresenta tantos problemas de travamento, mas tem outra característica que costuma incomodar seus assinantes:

É difícil encontrar os novos conteúdos.

Os problemas relatados por usuários são muitos, e vão desde dificuldades de achar conteúdos na busca (às vezes, os títulos estão apenas na língua original, sem tradução), encontrar os últimos lançamentos e até a sessão "continuar assistindo".

Segundo um estudo de caso, os maiores problemas da plataforma seriam solucionados com informações mais interativas, descrições visíveis e destaques no topo da página.

Apesar da vasta biblioteca, a programadora Hauwau Bello acredita que a popularidade poderia aumentar com essas pequenas mudanças.

Nota - navegabilidade das plataformas:

Netflix: 4,0/5,0

HBO Max: 3,0/5,0

Prime Video: 2,5/5,0