A história da vida e carreira de Gilberto Braga, que morreu ontem aos 75 anos em decorrência de uma infecção sistêmica, vai virar livro.
Mauricio Stycer, colunista do UOL, será responsável por finalizar e lançar a biografia do autor de novelas. O projeto, porém, começou nas mãos de Artur Xexéo — que morreu em junho, aos 69 anos, vítima de um câncer.
Em conversa com Splash, Stycer contou que o escritor e jornalista já tinha feito cerca de 15 horas de entrevista com Gilberto e mais de 20 entrevistas com pessoas que ajudam a contar a história do novelista.
Quando o Xexéo morreu, em junho, o Gilberto me procurou me convidando para continuar com o projeto. Fui uma indicação do Paulo Severo, que era o marido do Xexéo. Eu conhecia ele [Xexéo] desde a década de 80. Acho que por isso o Paulo sabia que tinha uma afinidade entre a gente, indicou para o Gilberto o meu nome, e o Gilberto me ligou me convidando para continuar com a pesquisa e fazer o livro. revelou
Então, em julho deste ano, Stycer leu e avaliou todo o "material riquíssimo" deixado por Xexéo. O jornalista, inclusive, havia deixado uma lista de tarefas que faltavam, e foi por aí que ele começou seu trabalho no projeto.
Algumas entrevistas já foram feitas por Stycer. No entanto, antes de concluir a fase de pesquisa e entrar na da escrita do livro, ele afirmou que ainda tem "buracos para preencher."
Ainda assim, apesar de toda a pesquisa realizada por Xexéo, Stycer não teve tempo de fazer mais entrevistas formais com o próprio Gilberto. Isso, segundo ele, traz um peso a mais para a obra.
Para mim já tinha uma coisa muito emotiva que era fazer o livro. E ele vai ser assinado pelo Xexéo e por mim, é um livro de nós dois. Isso já tinha um peso e agora ficou mais, porque perdi agora a chance de completar o livro com Gilberto. Tinha algumas questões que eu queria ainda tratar com ele e não tive tempo, porque ainda não tinha mergulhado totalmente no processo de fazer o livro. disse
Sem dar muitos detalhes sobre a biografia, o jornalista garantiu que ela terá novidades sobre todo o processo de criação de Gilberto Braga — obra a obra —, além de abordar também sua carreira como crítico teatral, a história familiar do autor e seu relacionamento com o decorador Edgard Moura Brasil.
O livro será da Intrínseca. Também procurada pela reportagem, a editora afirmou que a obra está prevista para o ano que vem, mas ainda não tem uma data exata de lançamento.
Relembre as obras marcantes do autor Gilberto Braga
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"Corrida do Ouro", em 1974, foi a primeira experiência de Gilberto Braga em telenovelas, quando dividiu a autoria com Lauro César Muniz e Janete Clair
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Em 1975, Gilberto Braga assumiu a autoria da novela "Bravo!", escrita inicialmente por Janete Clair. A autora afastou-se da trama para trabalhar na elaboração de "Pecado Capital", novela que substituiu "Roque Santeiro", censurada no dia de estreia.
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Em 1975, Gilberto Braga trabalhou na adaptação do romance "Helena", de Machado de Assis. A história se passa no Rio de Janeiro, em 1859.
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Em "Senhora", exibida em 1975, Gilberto Braga fez uma adaptação do romance homônimo, de José de Alencar.
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Em 1976, Gilberto Braga escreveu seu primeiro grande sucesso: "Escrava Isaura".
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"Dona Xepa", de 1977, foi inspirada na peça teatral homônima de Pedro Bloch. Protagonizada por Yara Cortes, a trama trazia a história de uma feirante que é abandonada pelo marido e cria sozinha dois filhos
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De 1978, "Dancin' Days" foi escrita a partir do esboço "A Prisioneira", da colaboradora Janete Clair. Estrelada por Sônia Braga, a novela alcançou um grande sucesso e marcou a estreia de Gilberto no horário nobre como autor titular.
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Em "Água Viva", de 1980, Gilberto Braga contou com a parceria de Manoel Carlos. A trama girava em torno de Maria Helena (Isabela Garcia), uma pequena órfã que atingiu a idade de ser transferida para outro orfanato.
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Em "Brilhante", de 1981, Gilberto Braga contou com a colaboração de Leonor Bassères e Euclydes Marinho. O comércio de joias e de pedras preciosas e o mistério sobre uma jazida de esmeraldas no Pantanal eram o fio condutor da história.
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Em 1983, Gilberto Braga escreveu a novela "Louco Amor", com a colaboração de Leonor Bassères. Na trama, a jovem e rica Patrícia (Bruna Lombardi) é apaixonada por Luís Carlos (Fábio Júnior), filho de Isolda (Nicette Bruno), a empregada doméstica da família Dumont.
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Em 1984, a novela "Corpo a Corpo" foi escrita por Gilberto Braga com a colaboração de Leonor Bassères. A trama retratou a história de Teresa (Glória Menezes), que era apaixonada por Osmar (Antônio Fagundes), um homem bem mais novo que preferiu se casar com Eloá (Débora Duarte).
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De 1986, "Anos Dourados", foi a primeira minissérie escrita por Gilberto Braga e se tornou um dos trabalhos mais elogiados e bem-sucedidos do autor. A trama marcou o retorno às produções ambientadas nos anos 1950
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"Vale Tudo", de 1988, foi escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères e dirigida por Dennis Carvalho e Ricardo Waddington.
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De 1988, "O Primo Basílio" foi uma minissérie escrita por Gilberto Braga e Leonor Bassères, tendo por base a obra de Eça de Queiroz. A história se passa na Lisboa do século XIX.
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"O Dono do Mundo", de 1991, focava na vida do antiético cirurgião plástico Felipe Barreto (Antônio Fagundes), casado por interesse com Stella (Glória Pires), filha de um rico empresário
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Gilberto Braga foi o supervisor de texto de "Lua Cheia de Amor", novela de 1991 escrita por Ana Maria Moretszohn, Ricardo Linhares e Maria Carmem Barbosa.
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Em 1992, Gilberto Braga escreveu a minissérie "Anos Rebeldes", inspirada nos livros: "1968 - O Ano que Não Terminou", de Zuenir Ventura, e "Os Carbonários", de Alfredo Sirkis.
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"Pátria Minha", de 1994, foi escrita por Gilberto Braga e Alcides Nogueira e dirigida por Dennis Carvalho.
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De 1998, a minissérie "Labirinto" foi escrita por Gilberto Braga, Paola Refinette, Leonor Bassères e Sérgio Marques. A trama começava com o assassinato de um milionário durante uma festa de Réveillon em sua cobertura em Copacabana
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De 1999, "Força de um Desejo" foi escrita por Gilberto Braga e Alcides Nogueira. A trama se passa no século XIX, no Vale do Paraíba, Rio de Janeiro.
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Em 2003, Gilberto Braga escreveu outro grande sucesso: "Celebridade". A trama tem como eixo central a rivalidade entre duas mulheres
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"Paraíso Tropical", de 2007, é uma trama urbana de Gilberto Braga, que conta a história das gêmeas Paula e Taís (Alessandra Negrini), duas mulheres fisicamente idênticas, mas com personalidades opostas
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