Filho de Chorão conta que Marcão e Thiago levaram briga por CBJr à Justiça
O rompimento dos ex-guitarristas do Charlie Brown Jr. Marcão e Thiago Castanho com o filho de Chorão, Alexandre Abrão, pode ganhar um novo capítulo: na Justiça.
Segundo o advogado Marcos Bitelli, que representa Alexandre, os músicos entraram com uma ação contra o herdeiro do vocalista, que morreu em 2013, e escondem parte do que aconteceu nos bastidores ao anunciar um novo projeto em comemoração aos 30 anos da banda. "O que está na Justiça não está no Instagram", afirma Bitelli, que cedeu entrevista a Splash representando seu cliente.
"Consideramos isso irrelevante a ponto de levar a público", rebatem os guitarristas sobre a ação que pede a anulação do contrato de uso de nomes ligados à banda. Também ouvidos por Splash, Marcão e Thiago ainda negam diversas afirmações feitas pela defesa de Alexandre Abrão e explicam o motivo do rompimento definitivo com o filho de Chorão, anunciado em 25 de outubro.
"Foi uma série de coisas que nos influenciaram a nos desligarmos. Desde posturas imaturas e irresponsáveis em redes sociais, como a atitude de querer tomar para si um projeto que seria solidificado com a participação de todos e importância que cada um poderia agregar."
Como tudo começou
O advogado Marcos Bitelli conta que seu cliente foi surpreendido em setembro ao tomar conhecimento de uma ação movida por Marco Brito e Thiago Castanho contra ele. Alexandre não teria recebido nenhuma notificação oficial ou extraoficial, nem mesmo um e-mail dos músicos ou mensagem no WhatsApp.
Vale lembrar que o perfil oficial e verificado do Charlie Brown Jr. no Instagram, controlado por Alexandre, havia anunciado meses antes, em fevereiro, uma turnê comemorativa aos 50 anos de Chorão e aos 30 anos da banda que incluía os guitarristas.
A ação dos guitarristas pedia a anulação de um dos contratos, assinado pouco depois do anúncio da turnê, e também veio depois do encerramento da parceria do filho de Chorão com o empresário Carlos Alberto Gonçalves, conhecido como Branco, que já tinha trabalhado com o Charlie Brown Jr. antes mesmo da morte de Chorão. Segundo Bitelli, Alexandre não concordou em passar determinados nomes que pertencem à banda para o empresário e, por isso, teria rompido a parceria com ele.
Os advogados do filho de Chorão ainda acreditam que Branco pode ter influenciado os músicos a romperem com Alexandre, já que foram representados pelo mesmo advogado de Branco, Nehemias Gueiros Jr.
Marcão e Thiago negam. "Numa situação em que os três estavam sendo prejudicados, ninguém precisava convencer ninguém, cada um tomou a sua decisão. O Branco se desligou do Alexandre, pouco antes de nós resolvermos definitivamente que não participaríamos de mais nenhum projeto que ele estivesse envolvido", explicam.
"Claro que existiram motivos em comum, como ir contra ao que havíamos combinado, que seria uma sociedade igualitária, onde todos participariam das tomadas de decisões e teriam envolvimento inclusive nas produções de shows e as ideias de cada um seriam consideradas!"
Segundo os guitarristas, o combinado não foi cumprido. "Fomos percebendo que o Alexandre estava se colocando a frente de nós todos, inclusive no que diz respeito a fechamentos de contratos e outros assuntos, ocultando situações que estavam diretamente ligadas a nós. Essa coisa de querer ser unilateral acaba prejudicando a transparência e a relação, enfraquecendo a tentativa de uma parceria."
Procurado por Splash, Branco também se posicionou. "Em momento algum eu ou minha empresa fizemos qualquer exigência de tomar a titularidade da marca 'Charlie Brown Jr' são completamente mentirosas as alegações dos advogados do Alexandre de que tenhamos exigido a titularidade 'Charlie Brown Jr' ou de qualquer outra marca para a realização de trabalhos artísticos."
Ele ainda afirma que trabalhou com o filho de Chorão apenas em situações pontuais. "É mentirosa a afirmação de que participei ou trabalhei diretamente com o Charlie Brown jr antes da morte do Chorão", completa o empresário.
Branco ainda explica seus motivos para o rompimento com Alexandre Abrão no projeto de celebração dos 30 anos da banda. "Foi por ele não ter cumprido a parte dele em negociações que vínhamos fazendo e discutindo para uma sociedade artística, além dos problemas do Alexandre com contratantes renomados no mercado nacional brasileiro que não foram resolvidos e que também prejudicaria os trabalhos para organizar um tour nacional com a banda."
O que estava no contrato?
Vários contratos foram assinados para os projetos em comemoração aos 30 anos do Charlie Brown Jr. e aos 50 anos de Chorão. O contrato alvo da ação de Marcão e Thiago contra Alexandre engloba nomes que seriam criados para a nova turnê e poderiam virar marcas, como explicam os advogados de Alexandre, que afirmam que tal contrato foi uma exigência de ambos.
"Não era um contrato de marcas, era um contrato de nomes que poderiam virar marcas. Não era um licenciamento. Estavam negociando quem teria o direito de ir ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e registrar ou, se não registrassem, de usar o nome. A ação judicial que eles fizeram quer anular o contrato porque a marca Charlie Brown Jr. não está registrada no INPI", explica Marcos Bitelli.
A discussão sobre o INPI veio à tona quando em um comunicado de Thiago, Marcão e os outros músicos ligados a eles esclarecendo que não queriam usar o nome da banda, mas lembrando que Charlie Brown Jr. nunca foi registrado no INPI. Os guitarristas ainda apresentam outra versão sobre a ação judicial que abriram.
"A nossa ação judicial começou pelo seguinte: o Alexandre se declarou proprietário da marca Charlie Brown Jr num documento jurídico e isso é mentira. O que fizemos foi dar entrada a um pedido de anulação desse contrato. Para quem não sabe, a marca é legalmente irregistrável no INPI, pois se trata de propriedade de uma empresa mundialmente conhecida."
O advogado do filho de Chorão rebate. "O contrato que eles querem anular não discute o nome da banda. Ele cuidou de novos nomes que iam ser criados e só tem um comentário sobre o dever deles de se abster de usar os nomes antigos e o Alexandre tem o dever de se abster de usar os nomes que seriam criados. Cada um se absteve de uma coisa. O contrato foi desenhado para protegê-los", afirma.
Como fica o legado?
Segundo o advogado de Alexandre, o que o filho de Chorão pretende é proteger o legado da banda criada pelo seu pai, e não impedir os outros integrantes de tocarem as músicas, como Thiago Castanho e Marcão afirmaram em nota. Os músicos explicam o teor do comunicado.
"A partir do momento que ele diz que não vai aceitar projetos ou celebrações paralelas a ele, se referindo ao nosso anúncio do C. BROWN JR - TOUR CELEBRAÇÃO 30 ANOS, fica nítido através dos seus posts e nota oficial, a coação e a tentativa de nos proibir de realizar nosso trabalho, sem que ele participe."
O Alexandre tem que entender que ele não é dono da nossa carreira e nem da história do Charlie Brown Jr!
"Ele é herdeiro sanguíneo do Chorão e não podemos ficar reféns de uma pessoa sem palavra, que não teve nenhuma participação na formação e muito menos na importância que a nossa banda teve para os fãs e para o cenário musical."
Sobre a polêmica de usar ou não o nome Charlie Brown, o advogado explica. "Não é uma discussão de marca registrada, INPI, nome de banda. É uma discussão que foi combinado entre o Alexandre e eles, e o que foi combinado entre o Chorão e eles no passado. Todo mundo sabe que os contratos que eles tinham já cuidavam desse assunto." Bitelli ainda afirma que Chorão era o único dono da banda, já que em 2005 comprou todos os direitos depois da saída de integrantes da formação original.
Marcão e Thiago Castanho fazem questão de ressaltar a importância deles como integrantes originais do Charlie Brown Jr. "Criamos essa banda no começo dos anos 90 com o pai dele, pagamos gravações, fita demos, até processos que o Chorão tomou nós pagávamos em partes iguais para ajudá-lo porque éramos parceiros em tudo e todo mundo sabe disso, além de sermos compositores da grande maioria dos sucessos do banda."
Segundo eles, a falta de reconhecimento também pesou para o rompimento definitivo. "Esse é um dos motivos de nos afastarmos dele, não reconhecer a gente e tudo o que fizemos pela banda. Ele se mostra cada vez menos capacitado de se envolver em um projeto que tem como intuito manter vivo nosso legado."
Branco reforça que a atitude de Alexandre em relação aos músicos também o motivou a romper com o filho de Chorão. "A total falta de reconhecimento, respeito do Alexandre perante os músicos que contribuíram para a construção desta bela história que está registrada e eternizada nos discos gravados, DVDs, na memória dos fãs, produtores, artistas renomados e contratantes. Chorão junto Marco Britto, Thiago Castanho, Renato Pelado e Champignon iniciaram está história em meados de 1992/93."
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