Marília Mendonça começou a compor aos 12 anos e estava no auge da carreira
Aos 26 anos, Marília Mendonça acumulava dezenas de sucessos e já tinha até mesmo um Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Sertaneja por "Todos Os Cantos", trabalho lançado em 2019. A partir de março do ano que vem, ela sairia em turnê com Maiara e Maraísa pelo Brasil com o Festival das Patroas.
Mas a história de sucesso da cantora que morreu hoje após a queda do avião em que estava tinha muito mais tempo.
Marília Mendonça começou a compor aos 12 anos de idade. Na música, ela estourou antes como compositora do que como cantora, escrevendo sucessos para vários sertanejos como Cristiano Araújo, Jorge e Mateus, Henrique e Juliano, João Neto e Cristiano e até mesmo artistas fora do sertanejo, como Wesley Safadão.
Em 2014, aos 18 anos, resolveu se lançar também como cantora e fez um EP com o seu nome. Em 2015, já estourada com suas composições, lançou seu primeiro single em parceria com Henrique e Juliano, chamado "Impasse". Foi apenas em 2016 que ela fez seu debute no cenário nacional com um álbum: "Marília Mendonça: Ao Vivo", disco que trouxe um de seus maiores hits, "Infiel".
Rainha da Sofrência
Um pouco antes de lançar seu primeiro disco, em entrevista ao UOL em dezembro de 2015, Marília Mendonça chegou a ser apresentada como revelação do sertanejo, grande aposta para 2016, e chamada de a "Adele brasileira".
"O escritório estava esperando o momento certo para me lançar. Meu empresário sempre falava: 'Marília, você ainda é muito nova. Quero que você fique nos bastidores'. Ter trabalhado esse tempo como compositora me ajudou muito. Pude ver como é a cena. Só não imaginava que tudo aconteceria tão rápido."
E não demorou mesmo para que Marília Mendonça ficasse gigante e conhecida como a "rainha da sofrência", estilo de sertanejo que ela ajudou a popularizar nacionalmente junto ao "feminejo" com uma onda de novas artistas femininas. Em 2015, antes mesmo de os termos se popularizarem, Marília parecia já prever o sucesso.
"A imagem que elas [as cantoras] estavam passando no sertanejo era de fragilidade, e isso não é respeitado pelo mercado. Agora está mudando. Estão aparecendo mais mulheres porque elas estão se impondo como homens. Paula Mattos, Maiara & Maraisa, eu. A gente chegou de um jeito diferente."
Estouro nacional
Já no primeiro álbum, Marília Mendonça conseguiu fazer com que "Infiel" virasse a segunda canção mais executada nas rádios do Brasil em 2016. O disco ainda teve sucessos como "Sentimento Louco" e "Como Faz Com Ela".
No ano seguinte, não deu para ninguém. Em 2017 Marília Mendonça foi unanimidade em todo tipo de ranking que mostrava o que o brasileiro tinha ouvido ao longo do ano. Entre as mulheres, ela foi a artista mais ouvida de 2017 tanto no Spotify quanto na Deezer, dois dos principais serviços de streaming de música.
Ela também foi a artista brasileira mais ouvida do YouTube, ficando em 13º lugar no ranking mundial. A justificativa era clara. 2017 ficou marcado pelo lançamento do álbum "Realidade", que trouxe hits como "Eu Sei De Cor", "Amante Não Tem Lar" e "De Quem É A Culpa". Naquele ano, ela fez 224 shows pelo país.
O ano seguinte ficou marcado pela parceria dela com Maiara e Maraísa, dupla que também estava estourada nacionalmente. Elas, que já eram amigas há anos, lançaram juntas o projeto "Agora É Que São Elas 2" e a música "A Culpa É Dele" em parceria.
Inseparáveis desde então, elas também criaram o projeto Patroas e sairiam em turnê com ele pelo Brasil a partir de 2022. Só para essa nova fase, chegaram a lançar nove canções juntas e inéditas. O projeto Patroas ainda tinha regravações de clássicos como "Nuvem de Lágrimas" e "Não Aprendi Dizer Adeus".
Ao longo da carreira, Marília Mendonça só ascendeu. A cada ano que passava, ela conseguia cravar mais e mais músicas aos topos das paradas. Antes da pandemia, com o seu disco "Todos Os Cantos", trabalho de 2019 que rendeu a ela o Grammy Latino, estourou com "Ciumeira", "Bebaça" e "Bebi Liguei", entre outras.
Em maio do ano passado, na onda das lives, chegou a atrair mais de 3 milhões de espectadores simultâneos em uma de suas apresentações na internet, provando que nem a falta de shows tirava sua força com o público.
Com o anúncio apoteótico da turnê das Patroas, em 5 de outubro, provou que estava no topo do mundo. A coletiva de imprensa no Allianz Parque prometia shows em quatro capitais com até 40 mil pessoas para curtir o som dela com as amigas Maiara e Maraísa. Mas Marília foi cedo demais.
Começo na igreja e maternidade
Marília Dias Mendonça nasceu em 22 de julho de 1995 em Cristianópolis (GO), filha de Ruth Dias e Mário Mendonça, que morreu quando ela era adolescente. A menina foi criada em Goiânia, cidade onde também vivia atualmente, e começou a se interessar por música na igreja.
A família da cantora sertaneja tinha um bar na cidade chamado Cantinho da Viola onde ela fez suas primeiras apresentações para clientes e amigos. Aos 12 anos ela começou a escrever algumas músicas e logo conseguiu se destacar como compositora, anos antes de se lançar como cantora.
Marília Mendonça deixa um filho, Leo, de 1 ano e 10 meses, fruto de seu relacionamento com o também cantor e compositor Murilo Huff. Ao todo, Marília e Murilo namoraram por quatro anos, mas se separaram mais de uma vez.
Mesmo após o nascimento de Leo, os dois nunca chegaram a se casar, mas sempre dividiram as responsabilidades com o filho. A separação mais recente e oficializada foi em setembro deste ano, quando a cantora explicou aos fãs que já não conseguia mais conciliar uma vida a dois com o parceiro.
Antes de Murilo, Marília Mendonça namorou o empresário Yugnir Ângelo. Eles chegaram a ficar noivos em dezembro de 2016, mas o relacionamento chegou ao fim em agosto de 2017. Segundo Marília, na época com 22 anos, ela estava muito jovem para um relacionamento sério.
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