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'Marília foi atacada como mulher e sofreu gordofobia', diz pesquisadora

De Splash, em São Paulo

06/11/2021 17h33

As pesquisadoras Kamille Viola e Chris Fuscaldo participaram do "UOL News" de hoje (6), com a apresentação de Zeca Camargo, e falaram sobre os ataques machistas e gordofóbicos que Marília Mendonça, que morreu ontem (5), sofreu durante sua carreira.

Para Chris, Marília foi referência para muitas artistas do sertanejo por não se curvar às demandas do mercado musical e soube enfrentar as ofensas que sofreu.

Ela não se mostrou abatida pelos ataques que sofreu como mulher. Ela sofreu com gordofobia quando ela engordou após dar à luz. Imagina, era muito show, um filho para cuidar, e as pessoas te chamando de gorda nas redes. E ela não se deixou abater.

Já Kamille destacou que, mesmo após a sua morte, a cantora teve comentários destacando a sua forma física.

Marília refletia muito a geração dela. Foi uma mulher que se posicionou, como no caso da Marielle. Se pensarmos no sertanejo, que é extremamente conservador, ela teve que ser corajosa. Ontem, uma das últimas mensagens foi apoiando a Anitta. A Marília, na morte dela, muito se falou sobre seu corpo. Eu fico pensando: quantos artistas homens passam por isso, de ter os comentaristas falando sobre a aparência física da pessoa? Sabemos que isso não acontece com homens.

Outro entrevistado do UOL News e falou sobre machismo no sertanejo foi o cantor Zezé di Camargo. Um dos grandes artistas da música brasileira, ele disse que custou a acreditar na notícia da morte de Marília e que ela era muito humilde, a ponte de não ter noção da sua importância para músicas de outras gerações.

A Marília desafiou toda a atmosfera que havia contra ela, a música sertaneja era muito masculina, muito machista. Ela bateu de frente com isso, tirou a bonequinha linda, perfeitinha, e inverteu. Ela representou uma libertação de pensamentos.