Marília Mendonça: o que é incógnita e o que já se sabe sobre queda de avião
A morte da cantora Marília Mendonça na última sexta-feira (5) deixou o Brasil atônito. A Rainha da Sofrência perdeu a vida após o avião em que estava bater em um cabo de uma torre de transmissão de energia e cair em uma cachoeira em Piedade de Caratinga, a 309 km de Belo Horizonte. Outras quatro pessoas, incluindo um produtor, um assessor, piloto e copiloto da aeronave não sobreviveram.
Mas o que provocou o acidente? Por que o avião voava tão baixo? Splash apresenta abaixo o que é ainda incógnita e o que já se sabe sobre a queda do avião:
O que não se sabe
Por que o avião voava baixo? - O avião voava em altitude reduzida a ponto de atingir um cabo de uma torre de distribuição de energia elétrica antes de cair em um curso d'água. A informação é da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), que administra o fornecimento de eletricidade na região. O avião estava a 2 km do aeródromo onde iria pousar quando caiu.
A Cemig emitiu nota ontem, afirmando que a linha de distribuição atingida pela aeronave está fora da zona de proteção do aeródromo de Caratinga. A zona de proteção é uma região onde não podem ser construídos ou montados obstáculos acima de certa altitude para não interferir nos voos.
Causas do acidente - Investigadores do SERIPA-2, órgão regional do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) no Rio de Janeiro, foram no local do acidente para identificar indícios, fotografar a cena e retirar partes da aeronave para análise. Integrantes da Polícia Civil também participam da perícia.
Uma nota da Força Aérea Brasileira, responsável pelo setor, deixou claro que "não existe tempo previsto" para que essas informações sejam coletadas, já que dependem da complexidade da ocorrência. O avião caiu em um local de difícil acesso.
Algum piloto teve problema de saúde? - Peritos investigam se houve mal súbito no piloto ou copiloto antes da queda do avião. A hipótese será verificada no exame anatomopatológico, uma espécie de biopsia. Por meio dele, é feita uma análise microscopia para identificar "doença prévia" à colisão do avião, explica a médica legista Vanessa Marinho.
Questionada se o piloto poderia ter sofrido um ataque cardíaco, Vanessa reforçou que ainda é cedo para tirar qualquer conclusão. "Inicialmente, nós não podemos falar disso", disse.
O que já se sabe
Quem estava no avião
Marília Mendonça, cantora
Abiceli Silveira Dias Filho (Silveira Dias), tio e assessor da cantora
Henrique Bonfim Ribeiro (Henrique Bahia), produtor da cantora
- Tarciso Pessoa Viana, copiloto do avião
- Geraldo Martins de Medeiros, piloto do avião
Local oferecia riscos - Após o acidente, foi descoberto que dois pilotos já haviam feito notificações no sistema oficial da Aeronáutica, nos últimos três meses, alertando sobre os riscos de antena e torre de energia, sem iluminação, próximo ao aeródromo de Caratinga (MG).
Os relatos oficiais constam no sistema público do DECEA (Departamento de Controle Espaço Aéreo), da Aeronáutica. As notificações citam um obstáculo (antena). Para isso, ambos usa os termos "NEG LGTD", que quer dizer um objeto de forma não autorizada e não iluminada.
O trajeto - O avião saiu de Goiânia com destino ao aeroporto de Caratinga (MG), onde Marília Mendonça faria um show para 8.000 pessoas. Ela estava com seu produtor e com seu tio e assessor. O restante da banda fez o trajeto de ônibus e já aguardava pela cantora na cidade.
Situação da aeronave - A PEC Aviação, empresa que faz transporte regular de passageiros por táxi aéreo, confirmou ser dona da aeronave que caiu com Marília Mendonça.
Fabricado em 1984, o modelo King Air C90A da Beech Aircraft tem capacidade para seis passageiros e estava em situação regular, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O modelo pode custar até R$ 10 milhões.
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