Luis Lobianco sobre 'Vai que Cola' sem Paulo Gustavo: 'Dor muito grande'
A nova temporada de "Vai que Cola", no Multishow, — que estreou no último dia 1 — é a primeira sem a presença do ator Paulo Gustavo — morto em maio, aos 42 anos, em decorrência da covid-19. Luis Lobianco, que interpreta o divertido Reginel, conversou com Splash e destacou que é impossível gravar a atração sem lembrar do colega. Ele ressalta a "coragem" do elenco e equipe em retomar o programa.
Paulo Gustavo esteve no "Vai que Cola" por quatro temporadas, e depois seguiu fazendo participações. Esta é a nona temporada da série.
São sentimentos diversos. Existe uma dor muito grande, uma lacuna, um trauma mesmo pela partida do nosso amigo. Ele é uma presença insubstituível para muita gente. Por outro lado existe também um sentimento de gratidão enorme, por poder trabalhar presencialmente no meio do caos, por ter sobrevivido e por poder estar com outras pessoas e dividir a nossa dor.
Lobianco aponta a importância de ter pessoas que viveram tão próximas a Paulo Gustavo na produção, como Juliana Amaral, irmã do ator e produtora da série:
Passei a ver esses meus colegas como pessoas muito corajosas. Não é fácil você, no meio desse cenário, com uma perda tão próxima, entrar no palco e ter a missão de fazer rir. Tudo isso em meio a tanta dor. É admirável e nobre.
O ator entende que a melhor homenagem que pode fazer ao colega é manter a mesma energia que Paulo Gustavo dava ao humorístico e garante que será impossível desassociar o artista do "Vai que Cola".
O programa é um dos universos criados pelo Paulo e a presença dele está com a gente o tempo todo. Todos nós entendemos essa missão de continuar. A maior homenagem que podemos fazer é não deixar o show parar. Continuamos com alegria e gratidão.
Volta às origens:
Nos novos episódios, os personagens de "Vai que Cola", que viviam no Leblon, sofrem um golpe e são obrigados a voltar para a tradicional pensão no Méier. Lobianco diz que essa "volta às origens" tem tudo a ver com o sentimento atual da sociedade, esperançosa com o fim da pandemia.
Começamos a sentir a possibilidade de um retorno à nossa vida. É momento de reencontro com a família, amigos e existe um sentimento de renascimento. Voltar às origens é se reconectar com quem você é de fato. O Méier representa isso para a família do 'Vai que Cola'. Eles encontram o porto seguro deles para poder recomeçar.
'Governo criminoso'
Ao falar da vida fora das telinhas, Lobianco reflete sobre os aprendizados com a pandemia. O ator conta que, além de perder o amigo Paulo Gustavo, também perdeu familiares, e destaca a responsabilidade do Governo na atuação contra a covid-19 no Brasil.
Ficou muito evidente que esse é um governo criminoso e a condução na pandemia foi algo totalmente irresponsável. A história vai dar conta de colocar nome nesses crimes para que não aconteça novamente. A nossa prioridade agora é mudar esse governo, mudar essas pessoas criminosas que assaltaram e sequestraram o país. Aí o nosso recomeço vai ser completo a partir disso.
Lobianco acredita ainda que o período de isolamento proporcionou mudanças, mas não para todos:
Quem não estava disposto a mudar, que é negacionista, quem não presta, não vai mudar com a pandemia. A mudança exige disposição. Para quem não está aberto a isso pode acontecer um apocalipse que a pessoa vai continuar a mesma porcaria. Infelizmente vejo ainda muita gente egoísta, com valores deturpados, e são pessoas com espaço nas redes sociais e em muitos lugares.
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