Cloroquina, vacina e assédio: relembre polêmicas de Alexandre Garcia
Alexandre Garcia está novamente envolvido em polêmicas. Dessa vez, ele questionou a eficácia da vacina contra a covid-19 durante a sua estreia como comentarista do JN News, que aconteceu ontem. Durante o programa "Jornal Jovem Pan", o jornalista disse que "a gente não sabe ainda os resultados quanto à eficácia e quanto à segurança", além de dizer que não há eficácia comprovada na vacinação de crianças e adolescentes.
Ambos os comentários não são verdades e aumentam a fila de situações controversas nas quais Garcia se envolveu.
Desmentido
Em setembro deste ano, ele foi demitido da CNN. À época, o canal de notícias divulgou uma nota explicando que ele tinha sido desligado da emissora por causa das posições do comentarista, que vão de encontro à ciência.
O jornalista chegou a ser desmentido durante o programa "Novo Dia", quando a a apresentadora Elisa Veeck desmentiu a fala de Garcia após ele sugerir que jovens "não precisariam tomar a vacina [contra a covid-19] segundo as estatísticas".
Para esclarecer esse tema, nós da CNN Brasil procuramos o infectologista e também diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri. Segundo o médico, a medida que se previne mortes em adultos e idosos, os casos de hospitalização com formas graves serão entre os não vacinados. Ou seja, a proporção maior de casos graves irá acometer as pessoas que não tomaram a vacina.
Disse a apresentadora.
"No caso das crianças, [a taxa de hospitalização] que era de 0,35% poderão, sem vacina, chegar a 15%. Além dessa informação, acrescentamos que o registro para este ano de mortes por covid-19 entre crianças e jovens é de 1.581. Isso mesmo. 1.581 pessoas entre 10 e 19 anos morreram por covid-19 somente em 2021", finalizou.
Chacina de Jacarézinho
Também durante o programa "Novo Dia" Alexandre Garcia elogiou a ação policial na qual agentes da Polícia Civil do Rio mataram 27 civis na favela do Jacarezinho em maio. Documentos mostram indícios de execução e desfazimento da cena do crime no local onde ocorreram mais mortes.
"Exitosa, bem planejada e realizou bem os seus objetivos. Não houve dano colateral. Foram mortas pessoas que escravizam a população. Eu não padeço de 'bandidolatria'", disse Garcia sobre a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, na qual nem todos os mortos na operação eram alvo de mandado da Justiça.
"E eu com isso?"
Em março de 2017, Jane Fonda contou sobre ter sido estuprada na infância, mas Garcia postou no Twitter: "E eu com isso?".
Depois de críticas, ele tentou justificar sua reação: "Uma brasileira é estuprada a cada 11 minutos e não reagimos nem nos escandalizamos, mas nos preocupamos com a americana".
Feminicídio
Garcia se revoltou no Twitter com o uso da palavra feminicídio para caracterizar o assassinato de mulheres especificamente por questões de gênero — ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher.
Assédio
Ao comentar em uma publicação da Polícia Militar do Rio de Janeiro sobre assédio durante o carnaval, Garcia deixou a entender que a distribuição de camisinhas nos eventos incentivava o assédio sexual.
Internautas apontaram o óbvio: as camisinhas são preservativos para serem usados em relações sexuais consensuais.
Cloroquina
Durante a pandemia da covid-19 em 2020 e 2021, já atuando como comentarista da CNN Brasil, Garcia defendeu várias vezes o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina, cuja eficácia não é comprovada para o tratamento da doença.
Aquecimento Global
Outra opinião contra a ciência de Alexandre Garcia é em relação ao aquecimento global. Ele ironizou os esforços da comunidade internacional para retardar ou reverter os efeitos do aquecimento global, sugerindo que ele na verdade era um fenômeno natural, provocado pelo Sol.
Na realidade, a evidência científica aponta esmagadoramente para a ação humana na Terra como a provocadora do aquecimento acelerado do clima. A mudança climática já está provocando uma série de catástrofes pelo mundo, e a situação só tende a piorar.
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