Rodrigo Santoro lembra dificuldades do início nos EUA: 'Era só Juan, José'
Rodrigo Santoro é o convidado de Zeca Camargo no Splash Entrevista desta semana. No bate-papo exclusivo, o ator —que na última quinta-feira estreou com "7 Prisioneiros" na Netflix— falou sobre a volta ao cinema brasileiro e fez um balanço dos quase 20 anos de carreira no exterior.
No início dos anos 2000, Rodrigo deixou a TV Globo para buscar oportunidades em Hollywood. Antes de se tornar o maior ator brasileiro no cinema americano, no entanto, o caminho foi de muitos desafios e algumas frustrações. No papo com Zeca, o ator relembrou a chegada nos Estados Unidos.
Quando eu cheguei lá, era um tempo muito diferente do que a gente vive hoje. A internet, se já estava ali, era o começo e o próprio mundo não discutia as questões que está discutindo hoje. (...) Um universo ainda mais arcaico, em um modelo de produção em que eu lia os roteiros e era muito estereotipado.
Rodrigo Santoro, no Splash Entrevista
Rodrigo conta que recusou alguns papeis no início da carreira em Hollywood e que as ofertas eram sempre para personagens dentro do estereótipo em que comumente os latinos são enquadrados. Não era o que o ator, que havia acabado de estrelar no Brasil films como "Bicho de Sete Cabeças" e "Abril Despedaçado", queria.
Eu buscava mais profundidade, mais pesquisa, e me deparei com personagens mais chapados. Era sempre um Juan, um Ramirez, um José... Não me representava como latino, como brasileiro e, inicialmente, como artista.
'Fui criticado pelos meus agentes, na época'
O ator conta que chegou a ter problemas com seus então empresários, ao recusar ofertas de trabalho desse tipo. "Fui criticado até pelos meus agentes na época. Tive propostas interessantes até financeiramente e eu, como vinha num momento de muita força ali do 'Abril Despedaçado' e do 'Bicho de Sete Cabeças', e isso sempre me moveu muito, fui obrigado a dizer não.
Quase 20 anos depois, Rodrigo colhe as vitórias de um caminho de persistência. Recentemente, ele foi nomeado como membro da Academia de Hollywood, responsável pela organização do Oscar. Olhando para trás, o ator faz um balanço da trajetória até aqui. "Eu tive uma oportunidade, investi nela, continuo investindo, mas eu vou história a história", diz Santoro, movido pela incerteza:
Eu não tenho certeza de nada, sou movido pelas dúvidas, pela busca. O que eu quero é evoluir. Essa saída [do país] foi movida por uma curiosidade, sempre fui muito curioso; por um desejo de conhecer outros universos, a diversidade nesse sentido, outra cultura.
No bate-papo com Zeca, Rodrigo deu mais detalhes sobre a produção de "7 Prisioneiros", falou de vida pessoal e da relação com a filha Nina, de quatro anos, deu detalhes de um novo projeto inspirado em Vinicius de Moraes e deu sua opinião sobre a falta de investimentos do governo brasileiro no audiovisual: "Um filme como '7 Prisioneiros' só existe por causa do streaming". Confira o Splash Entrevista com Rodrigo Santoro na íntegra aqui.
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