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Jovem Pan: analista diz que Alemanha ficou rica por assaltar e matar judeus

José Carlos Bernardi em discussão com Amanda Klein no "Jornal da Manhã", da Jovem Pan - Reprodução/Jovem Pan News
José Carlos Bernardi em discussão com Amanda Klein no "Jornal da Manhã", da Jovem Pan Imagem: Reprodução/Jovem Pan News

De Splash, em São Paulo

16/11/2021 16h34Atualizada em 16/11/2021 17h27

O jornalista José Carlos Bernardi causou polêmica ao comentar sobre o desenvolvimento da Alemanha em discussão com a jornalista Amanda Klein na edição de hoje do "Jornal da Manhã", da Jovem Pan News.

"Quem dera o Brasil chegar aos pés do desenvolvimento alemão", disse ela durante o debate. Bernardi respondeu dizendo que a Alemanha ficou rica por matar e assaltar judeus após a Segunda Guerra Mundial.

Este é o país que você defende. É só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá. Se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles, o Brasil enriquece. Foi o que aconteceu com a Alemanha após a guerra.
José Carlos Bernardi

As falas de José Carlos Bernardi foram criticadas nas redes sociais. Amanda Klein também se posicionou sobre as declarações do colega em publicação no Twitter.

"Na hora eu não ouvi direito. Ele me interrompia bastante. Quero manifestar meu mais profundo repúdio ao negacionismo histórico e à abjeta associação entre o holocausto e motivações econômicas", afirmou a jornalista.

Durante a tarde, a Jovem Pan divulgou um pedido de desculpas do jornalista José Carlos Bernardi e reforçou que a visão dos comentaristas não reflete a opinião da empresa.

"Peço desculpas pelo comentário infeliz que fiz hoje no jornal da manhã, primeira edição, ao usar um triste fato histórico para comparar as economias brasileira e alemã. Fui mal-entendido. Não foi minha intenção ofender a ninguém, a nenhuma comunidade, é só ver o contexto do raciocínio. Mas, de qualquer forma, não quero que sobrem dúvidas sobre o meu respeito ao povo judeu e que, reitero, tudo não passa de um mal-entendido. Obrigado", diz a nota.

Recuperação da Alemanha após guerra

O comentário considerado antissemita (quando reproduz preconceitos contra pessoas de origem semita, como é o caso dos árabes, judeus e assírios) também foi rebatido por Samy Dana, analista econômico da Jovem Pan.

Ele destaca que o desenvolvimento econômico alemão após a Segunda Guerra Mundial não tem relação com a morte dos judeus. "O país foi alvo de pesados investimentos americanos", apontou o economista.

Segundo publicação da emissora alemã Deutsche Welle em 2019, a recuperação econômica após a guerra priorizava ideias contrárias ao nazismo. O objetivo foi "constituir um estado democrático que lutava contra outras ideologias fascistas e reacionárias" mesmo separada em dois territórios (a divisão em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental permaneceu até novembro de 1989, com a queda do muro de Berlim).