Topo

Zezé Motta responde ataque de Sérgio de Camargo: 'Nós que lutamos'

Zezé Motta - Zô Guimarães/UOL
Zezé Motta Imagem: Zô Guimarães/UOL

De Splash, em São Paulo

17/11/2021 10h21Atualizada em 17/11/2021 10h37

Zezé Motta respondeu a um ataque de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, que chamou a atriz e o músico Djavan de "pretos vergonhosos" no Twitter.

"Fui chamada junto do Djavan, de 'pretos vergonhosos' pelo atual Presidente da 'nossa' Fundação Palmares. O paraíso meu povo, realmente não é aqui não", iniciou Zezé.

Ao Sr. Sergio Camargo... Uma dor ancestral. Existe sim! Uma 'dor ancestral' de todo povo negro/afrodescendente, que continua vigente, que 'nós os não alienados' resistentes, que lutamos por um país, por um mundo melhor, sem desigualdades... sem alienados que ocupam cargos extremamente significativos nas Instituições que só nos dizem respeito, que são de extrema importância para a história do nosso povo. Zezé Motta

A atriz de 77 anos chamou Sérgio de alienado e disse que ele "compactua" com o aviltamento dos artistas que lutam por respeito.

"Pretos vergonhosos? Somos nós que lutamos todos os dias para que a 'nossa' Fundação Palmares, continue com a filosofia, ideologia e a linha de ação política implantada, que tanto lutamos para que fossem instauradas", escreveu Zezé.

A artista voltou a frisar a dor ancestral sofrida pelo povo negro e pontuou que a luta não deve acabar tão cedo.

Lutamos por um país melhor, sem dores, sem angústias, sem desesperos, sem monopólios dos "despreparados" que não respeitam as "dores" diárias do nosso povo tão "doido" tão sofrido e machucado pelos alienados que só contribuem para que a "nossa dor" seja cada vez maior. Zezé Motta

"O que está acontecendo quotidianamente: retrocesso, desrespeito ao nosso povo de todos os segmentos, aos artistas e todos que se rebelam contra as manipulações, conveniências e torturas. Salve todos os nossos ancestrais! Porque, tudo o que nos foi deixado é o que nos impulsiona", concluiu Zezé.

Sérgio Camargo foi nomeado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e se define como um "negro de direita, antivitimista, inimigo do politicamente correto e livre". Em diversos momentos, ele se posicionou nas redes sociais contra a promoção da cultura afro-brasileira — ainda que esse seja o foco da Fundação Palmares.