A nova 'manda-chuva' das comédias: conheça a carreira de Mindy Kaling
Chega hoje à HBO Max a nova série de comédia "The Sex Lives of College Girls". A premissa, considerando o título, é bem objetiva: três calouras universitárias de 18 anos começam a explorar a vida, hormônios e encontros sexuais na universidade de Evermore, em Vermont.
Promissora, a série é criada por Mindy Kaling, roteirista e comediante que surgiu em "The Office" e, desde então, fez sua carreira como uma grande referência contemporânea dentro da TV e do cinema de humor nos Estados Unidos.
Além de seus projetos originais, ela está escalada para escrever "Legalmente Loira 3", para Reese Witherspoon, já lançou uma releitura de "Quatro Casamentos e um Funeral" e está constantemente atrelada à "renovação" do gênero de comédia romântica.
Mas por que seu nome está se destacando tanto?
Nascida e criada nos Estados Unidos, Mindy Kaling é filha de pais indianos, que se conheceram trabalhando no mesmo hospital na Nigéria. A família se mudou para os Estados Unidos em 1979, e Vera Mindy, nome verdadeiro dela, nasceu naquele mesmo ano, em Massachusetts.
Sua carreira no mundo do entretenimento e da comédia começou quando ela tinha 19 anos e conseguiu um estágio como roteirista para o programa "Late Night with Conan O'Brien". Na época, cursava escrita e roteiro na Universidade de Dartmouth. Filha de imigrantes, ela contava que nunca havia visto uma família como a dela na TV, e usou esta mentalidade para criar seu estilo de escrita e suas personagens.
Depois que Kaling terminou a faculdade, mudou-se para Nova York e, entre shows de comédia stand-up e trabalhos temporários pouco inspiradores, ganhou notoriedade com uma peça de teatro que escreveu e estrelou junto a uma amiga. A peça, chamada Matt & Ben, imaginava a amizade entre Matt Damon e Ben Affleck e como a dupla escreveu "Gênio Indomável" (1997).
Foi depois disso que, em 2004, ela foi chamada para integrar a sala de roteiristas de uma série que o produtor Greg Daniels estava adaptando do formato da BBC inglesa. "The Office", estrelada por Steve Carell, tornou-se um dos maiores sucessos do canal NBC e marcou a emissora durante anos como "a casa das comédias".
Na época em que se juntou à equipe, Kaling tinha 24 anos e era a única mulher em um time de oito pessoas. Além do roteiro, ela também fazia parte do elenco, interpretando a representante de serviço ao cliente Kelly Kapoor.
Kaling chegou a admitir que a personalidade um tanto pegajosa de Kelly era inspirada nela mesma — ou naquilo que roteiristas e produtores mais conhecidos pensavam dela.
A atriz, produtora e roteirista permaneceu na série até a 8ª temporada. Quando saiu, já tinha outro acordo firmado com a produtora Universal Television, do qual nasceu a primeira série inteiramente criada por ela: em "The Mindy Project", ela interpreta uma versão de si mesma chamada Mindy Lahiri, uma médica obstetra (como seu pai) explorando a vida profissional e os relacionamentos.
No período em que "The Mindy Project" esteve no ar, inicialmente no canal Fox e depois no Hulu, Kaling foi ganhando notoriedade em Hollywood e eleita algumas vezes como uma das produtoras mais influentes na indústria, segundo publicações como Time e The Hollywood Reporter.
Mas o que ela tem de tão diferente?
O estilo de escrita de Mindy Kaling chama atenção principalmente pelo seu caráter extremamente biográfico e autoral. Desde "The Office", a roteirista já utilizava suas próprias experiências para compor seus textos. Mas isso não é exatamente novidade no universo daqueles que escrevem para o cinema ou para a TV.
Sobre isso, o que chama a atenção em seu trabalho é como a autora consegue reunir bom humor — daquele mais leve, na contramão do humor existencialista de séries como "Atlanta" e "Fleabag"— com reflexões sobre o estilo de criação familiar em estruturas culturais.
Na série "Eu Nunca", por exemplo, Maitreyi Ramakrishnan interpreta a adolescente Devi, filha de pais indianos e com uma história parcialmente inspirada na infância de Kaling. Dessa forma, a comédia romântica consegue reunir elementos universais do gênero (como o clássico triângulo amoroso) com observações muito específicas que não são muito comuns na TV, numa história sensível sobre pertencimento e luto.
A popularidade da série na Netflix é tanta que os atores principais estão requisitando um aumento salarial para a terceira temporada, baseados justamente no sucesso de público e crítica das duas primeiras.
Agora, com o lançamento de "The Sex Lives of College Girls", Kaling dá mais um passo na carreira e abre espaço para que mais mulheres e grupos de minorias étnicas encontrem lugar na indústria do entretenimento. Enquanto o caminho é trilhado, a série já está sendo exibida na HBO Max.
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