Em fala racista, Regina Duarte questiona falta do Dia da Consciência Branca
Regina Duarte, de 74 anos, polemizou, na manhã de hoje, ao pedir o "Dia da Consciência Branca" como protesto a data de comemoração do Dia da Consciência Negra - que foi celebrado ontem. A atriz usou vídeo sobre pedido para não discutir o racismo para dizer as pessoas que temos de olhar para o futuro sem discutir o passado. Nas imagens, Morgan Freeman aparece falando do tema. No entanto, ela não mostra que é antigo e o próprio ator mudou de ideia.
Em postagem no Instagram, a ex-secretária da cultura do governo Jair Bolsonaro (Sem Partido) compartilhou um vídeo viral de Morgan Freeman dizendo que para "combater o racismo é melhor não falar do tema". Na legenda, ela questionou sobre quando haverá o dia dedicado a pessoas brancas.
Ontem, foi comemorado o Dia da Consciência Negra. Quando teremos o Dia da Consciência Branca, Amarela, Parda? Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar ao peso de anos, de séculos de dor por culpas antepassadas?
A atriz sugere que o tema do racismo não seja mais abordado por hoje vivemos uma realidade em que todos 'somos seres humanos e irmãos'.
Quando vamos parar de olhar para trás e enfrentar o hoje e nós olharmos com a coragem da cara limpa? Maduros, evoluídos, conscientes de nossa luta, irmanados em nossa capacidade, de sermos ? HUMANOS? Simplesmente IRMÃOS?
Por mais que tenha gerado apoio de alguns seguidores, Regina Duarte foi criticada por diversos fãs no Instagram. Alguns comentários chamavam a atriz de racista.
Não compartilhe o vídeo de Morgan Freeman
Há mais de uma década a cada 20 de novembro — Dia da Consciência Negra — ao menos uma pessoa desavisada compartilha o vídeo viral de Morgan Freeman no programa "60 Minutes", com Mike Wallace, em que o ator fala que, para se combater o racismo, é melhor não falar dele.
Entretanto, como bem lembrou Dodô Azevedo em sua coluna Quadro-Negro, na Folha de S.Paulo, o ator reviu seu posicionamento e "aderiu ao movimento Black Lives Matter nas redes sociais para dar corpo a um projeto. Que seus seguidores negros contassem suas histórias de racismo sofrido."
A jornalista Cristiane Guterres, colunista do UOL, explica que "não falar sobre o racismo não faz com que ele deixe de existir."
Você pode escolher negar a realidade para escapar de uma verdade desconfortável, mas ela continuará existindo e a nossa abstenção a transformará em algo muito violento pro lado oprimido do sistema.
Ela ainda alerta que a ausência de empatia de brancos com pretos "nos custa vidas e sonhos".
O romantismo em torno do mito da democracia racial no Brasil fez com que muitas pessoas não entendessem a profundidade da questão.
"Mas, na atualidade, insistir em continuar não entendendo é uma escolha que tem um preço alto para toda a sociedade."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.