'Gavião Arqueiro' aposta em humor para substituir o herói mais chato do MCU
Provavelmente isso não é segredo para quase ninguém: Clint Barton não aparece com muita frequência em listas dos heróis mais queridos do Universo Cinematográfico Marvel. E está tudo bem. A série, que estreia hoje no Disney+, não é sobre ele.
O Gavião Arqueiro e a Viúva Negra (Scarlett Johansson), afinal, eram os Vingadores sem superpoderes ou uma complexa armadura de ferro. Mais do que isso, não eram protagonistas. Quase sempre escanteado ao papel de coadjuvante da ação, ele agora passa o manto para uma nova heroína.
E não poderíamos estar mais satisfeitos com isso.
Estrelada por Hailee Steinfeld, a série apresenta Kate Bishop, uma jovem de 22 anos que é uma das raras fãs de Clint -ainda que, no primeiro episódio, mais de uma pessoa diga a Barton que ele é "o seu favorito".
Talvez curiosa demais para o próprio bem, Kate nasceu em uma família rica, e, desde criança, se aperfeiçoou como uma talentosa esgrimista e arqueira. Tirando a aptidão com o arco e a flecha, ela tem pouco em comum com Clint Barton em termos de personalidade.
E isso é uma ótima notícia.
Se Clint muitas vezes ficou apagado no meio de ação e explosão nas reuniões dos heróis mais poderosos da Terra, Kate dificilmente passará despercebida entre a multidão. Onde ele fica apagado, ela faz o oposto.
Afinal de contas, ela se destaca por tudo aquilo que ele não é: curiosa, falante, engraçada e veloz com as palavras. Essa mesma rapidez é o que a torna, algumas vezes, uma personagem imatura, talvez incompleta.
Por isso, Kate Bishop comete erros, tem ações impetuosas e enérgicas, que convidam a audiência a se divertir com sua linha de raciocínio tão particular e tão calorosa. Para a "marca" Gavião Arqueiro, é uma ótima transformação.
Mesmo que a Marvel raramente deixe o humor de lado em seus projetos, Clint nunca foi um herói particularmente engraçado, o que é uma característica forte em Bishop.
Grande parte dos conflitos que surgem no início da série, por exemplo, são consequências de derrapadas delas —feitas nas melhores das intenções, com a avidez de uma jovem com energia e interesse demais.
Dentro desta perspectiva, o que ela traz soa como um frescor dentro do Universo Cinematográfico Marvel -nem mesmo Peter Parker (Tom Holland), o mais "pé no chão" dos heróis, soa tão naturalmente carismático quanto a Kate de Steinfeld.
Parte do mérito disso é do texto, assinado pelo diretor e roteirsta Jonathan Igla ("Mad Men"). Os dois primeiros episódios conseguem determinar com clareza a personalidade de Kate e o tom agitado (mas no bom sentido) da série.
Outra parte do mérito —essencial— é da atuação de Hailee Steinfeld. A atriz de 24 anos, com uma veia cômica bem explorada no longa "Quase 18" e em "Dickinson", aqui está pronta para alçar voo.
Mesmo quando o roteiro faz exposições desnecessárias, explicando demais o que não precisa ser explicado ou deixando óbvias as intenções de alguns dos personagens, Steinfeld assume um ar sarcástico que recupera os momentos e emprega a eles certa acidez.
Dessa forma, "Hawkeye" faz algo muito diferente de "WandaVision" e "Loki", por exemplo. A série está mais ligada objetivamente ao que aconteceu no fim de "Vingadores: Ultimato", mas ao mesmo tempo deixa claro que seu olhar é para o futuro.
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