Klein critica fala de ex-colega da Jovem Pan sobre judeus: 'Inacreditável'
A jornalista Amanda Klein, da Jovem Pan, comentou hoje no podcast "E Eu Com Isso?", do Instituto Brasil-Israel, sobre as falas sobre os judeus feitas pelo jornalista José Carlos Bernardi semana passada, na Jovem Pan News.
"Me pegou de surpresa. Eu estava de casa e essa prática de um falar em cima do outro, a comunicação fica prejudicada. Eu tuitei depois que não entendi a gravidade do comentário", analisou.
"E foi interessante porque ainda no Jornal da Manhã eu comecei a receber mensagem pelo WhatsApp mensagem sobre o comentário. E aí quando dei play e ouvi o vídeo que eu percebi como tudo o que ele falou é completamente inacreditável", acrescentou.
Para Klein, que é bisneta de judeu, a declaração do jornalista, que na sequência foi desligado da Jovem Pan, não foi feita no calor do momento. "Ela é parte de uma construção muito mais enraizada, incrustada nesses grupos de extrema-direita."
"Tentar expurgar esse processo de todas as razões que existiam na época e traduzir a um mero processo econômico é você negar o Holocausto e a motivação sórdida e anti-humana. É uma forma de normalizar o genocídio de 6 milhões de judeus, 1 milhão e meio de crianças", criticou Klein.
A fala
O jornalista José Carlos Bernardi causou polêmica ao comentar sobre o desenvolvimento da Alemanha em discussão com a jornalista Amanda Klein na Jovem Pan News.
"Quem dera o Brasil chegar aos pés do desenvolvimento alemão", disse ela durante o debate. Bernardi respondeu dizendo que a Alemanha ficou rica por matar e assaltar judeus após a Segunda Guerra Mundial.
Este é o país que você defende. É só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá. Se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles, o Brasil enriquece. Foi o que aconteceu com a Alemanha após a guerra.
José Carlos Bernardi
As falas de José Carlos Bernardi foram criticadas nas redes sociais. Amanda Klein também se posicionou sobre as declarações do colega em publicação no Twitter.
"Na hora eu não ouvi direito. Ele me interrompia bastante. Quero manifestar meu mais profundo repúdio ao negacionismo histórico e à abjeta associação entre o holocausto e motivações econômicas", afirmou a jornalista.
Recuperação da Alemanha após guerra
O comentário também foi rebatido por Samy Dana, analista econômico da Jovem Pan.
Ele destaca que o desenvolvimento econômico alemão após a Segunda Guerra Mundial não tem relação com a morte dos judeus. "O país foi alvo de pesados investimentos americanos", apontou o economista.
Segundo publicação da emissora alemã Deutsche Welle em 2019, a recuperação econômica após a guerra priorizava ideias contrárias ao nazismo. O objetivo foi "constituir um estado democrático que lutava contra outras ideologias fascistas e reacionárias" mesmo separada em dois territórios (a divisão em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental permaneceu até novembro de 1989, com a queda do muro de Berlim).
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