ABL: novo imortal disse em 2020 que não se vacinaria por já ter tido covid
O jurista José Paulo Cavalcanti, eleito novo imortal da ABL (Academia Brasileira de Letras), já negou a obrigatoriedade da vacina contra a covid-19. Ele afirmou que não tomaria o imunizante em outubro de 2020, alegando não precisar por já ter contraído a doença.
No artigo de 2020 divulgado na revista Veja, o jurista apontou, sem comprovação científica, que não seria capaz de contaminar pessoas por ter uma "proteção natural" ao vírus. Ele também defendeu que só deveriam se vacinar pessoas que concordarem em receber o imunizante.
Após a nomeação, o jurista teve outro posicionamento sobre o assunto. Em entrevista ao site Metrópoles divulgada hoje, ele afirma que já tomou a vacina três vezes desde a publicação do artigo e tomaria uma quarta se necessário.
"As opiniões são dadas em tempos históricos determinados. Basta ver as posições de Drauzio Varela e Roberto Kalil. Quando escrevi, ainda não era certo que as vacinas seriam cientificamente seguras. Hoje, tudo mudou. Não há dúvidas de que todos devemos tomar as vacinas", disse Cavalcanti.
Justificativas como essa foram repetidas diversas vezes, inclusive pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — no dia 10 de outubro, por exemplo, ele se queixou de não poder entrar no estádio Vila Belmiro para acompanhar a partida entre Santos e Grêmio pelo Campeonato Brasileiro.
"Não existe nenhuma dúvida de que mesmo aqueles que se infectaram com o coronavírus devem tomar as doses", esclarece a médica Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas, uma instituição que trabalha com políticas públicas de imunização em várias partes do mundo.
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