Filho de Chorão cita dívida e diz que 'entrou em pânico' com treta do CBJr.
Alexandre Abrão desabafou sobre a briga judicial envolvendo os guitarristas Marcão e Thiago Castanho, que deixaram a banda Charlie Brown Jr. Em conversa com Splash, o filho de Chorão analisou as dívidas da banda e afirmou que nunca ameaçou os ex-integrantes.
Antes da abertura do processo na Justiça, Thiago e Marcão afirmaram publicamente que "não aceitarão ameaças" após anunciarem que estão fora da turnê de 30 anos de carreira do Charlie Brown Jr.
"A única coisa que fiz foi pedir para conversar em nosso próximo encontro. Nunca mais me atenderam desde que falamos em uma reunião com nossos advogados. Eram pessoas que eu tratava como tios, cresci com eles. Sempre ofereci transparência em tudo o que envolvia o Charlie Brown Jr.", disse o atual responsável pela banda.
O filho do ex-vocalista destacou que todas as exigências da dupla foram atendidas, incluindo aumento de cachê, porcentagens de produtos e detalhes das apresentações durante a turnê. Segundo Abrão, os músicos queriam registrar marcas com nomes parecidos com o da banda para operações comerciais, apresentações e venda de produtos.
Processo na Justiça
Marcão e Thiago Castanho entraram com um processo na Justiça contra Alexandre Abrão por conta do registro do nome da banda Charlie Brown Jr. Abrão aponta que a ação foi iniciada sem uma conversa prévia.
"Eles se esqueceram que um acordo assinado em 2005 não permite a reivindicação dos direitos pelo nome da banda. Eles também nunca tiveram direito ao nome das marcas registradas pela empresa do meu pai", reforçou.
Segundo o relato, Marcão e Thiago insistiram em incluir um antigo empresário da banda em todas as operações. "Tudo era partilhado anteriormente em 25%. Eles fizeram uma proposta que também colocava o empresário na divisão, o que não aceitamos. Ele não trabalhava mais com a gente".
O dinheiro sempre foi o motivo dos desentendimentos na banda mesmo antes da morte de Chorão, destacou Abrão. "Entrei em pânico quando recebi a notificação judicial. Eu me joguei no chão, não sabia o que fazer", lembrou.
Splash entrou em contato com a defesa de Marcão e Thiago Castanho no processo, mas ainda não obteve retorno sobre as declarações.
Dívida 'impagável' com gravadora
Alexandre admitiu que muitas dívidas permaneceram após a morte de Chorão em 2013. Segundo ele, a possibilidade de novos processos contra a banda e a especulação sobre a perda de cachês também causaram atritos com os ex-integrantes da banda.
São muitas as dívidas envolvendo processos e também a questão da gravadora. Ao ver pela primeira vez achei que seria impagável, mas entendi que é possível arcar em três, quatro anos. Eu consegui pagar as principais dívidas deixadas pelo meu pai. Nunca me importei com os valores, tenho pessoas que me ajudam a administrar. Poderia ser R$ 1, R$ 2 ou R$ 8 milhões. Eu acredito que tudo será pago com o trabalho do meu pai.
Alexandre Abrão, filho de Chorão
"Eu tento fazer com que o Charlie Brown Jr. toque sempre, em tudo o que for possível. Não só pelo dinheiro, mas por conta do legado do meu pai. Dessa forma tudo se pagará", pontuou.
Relação com Thiago Castanho
Alexandre Abrão afirmou que os desentendimentos com Thiago Castanho foram cruciais para o início da discussão na Justiça.
Ele já me trancou em banheiro. Gritou comigo por telefone e disse que "ia me fod*r" colocando a banda no palco sem mim. [..] Ele sempre achou que a banda funcionava por ele e com ele, mas nunca foi isso. Ele nunca foi o responsável na ausência do Chorão, e o próprio falava sempre sobre isso. É uma pessoa com a energia carregada, complicada de dialogar.
Alexandre Abrão, filho de Chorão
"Eles estão mexendo com algo que é maior que eu. Não sou mais um garoto. Estamos falando do que o meu pai construiu", concluiu ao lamentar a ação na Justiça.
Futuro
Abrão diz "respirar" o Charlie Brown Jr. desde 2013, quando o pai foi vítima de uma overdose. Apesar dos problemas enfrentados por administrar o legado da banda, ele destaca que o trabalho tem um "grande lado positivo".
"As homenagens são sempre muito bonitas. Mas não quero fama, só me importo com a história do meu pai. Eu não costumo ler comentários nas redes sociais. Faço algumas coisas para lidar com o 'lado ruim'. Nas últimas três semanas fiz muitas sessões de terapia. Há uma parte ruim, mas a boa é extremamente importante", destacou.
O que estava no contrato?
Vários contratos foram assinados para os projetos em comemoração aos 30 anos do Charlie Brown Jr. e aos 50 anos de Chorão. O contrato alvo da ação de Marcão e Thiago contra Alexandre engloba nomes que seriam criados para a nova turnê e poderiam virar marcas, como explicam os advogados de Alexandre, que afirmam que tal contrato foi uma exigência de ambos.
"Não era um contrato de marcas, era um contrato de nomes que poderiam virar marcas. Não era um licenciamento. Estavam negociando quem teria o direito de ir ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e registrar ou, se não registrassem, de usar o nome. A ação judicial que eles fizeram quer anular o contrato porque a marca Charlie Brown Jr. não está registrada no INPI", explica Marcos Bitelli, em reportagem anterior de Splash.
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