Perto dos 40, Cleo prepara 1º álbum e dispensa críticas: 'É a minha vida'
De Splash, em São Paulo
01/12/2021 04h00
Se no passado as bruxas foram caçadas, queimadas e silenciadas, hoje, são símbolos do poder e da força da mulher. E é esta mensagem que Cleo quer passar com a música "Tormento", lançada hoje e que serve como abre-alas do seu álbum de estreia, previsto para o ano que vem.
Na faixa, Cleo ganha a companhia das rappers Azzy e Karol Conká, um dos nomes mais polêmicos de 2021 após sua participação no "BBB". Em papo com Splash, Cleo celebra a parceria e dá mais detalhes de sua carreira musical, que desabrocha perto da chegada dos seus 40 anos de idade.
Essa coisa da idade é mais uma coisa da sociedade patriarcal que diz que até os 25 você tem que estar com tudo organizado, com uma vida em família e se sustentando. "Uma mulher de 40 querendo começar algo novo? Como ela ousa?". Não ligo para isso.
Cleo
Em várias versões
Com "Tormento", Cleo mergulha fundo no pop e espera que o disco seja uma oportunidade de mostrar suas várias referências e estilos, que vão desde Maria Bethânia até Marilyn Manson.
É uma vertente na qual consigo expressar meus vários lados. Meu objetivo é realizar meu sonho e trazer as pessoas comigo. Me comunicar e ser consumida positivamente.
Falando em vários lados, Cleo se sente realizada em investir na música após anos e anos dedicada à função de atriz. Não se trata de escolher uma coisa ou outra, mas de aproveitar todas as oportunidades e desejos em torno de sua arte. E isso independe de críticas que ela possa vir a receber.
Eu lido [com as várias carreiras] com muito prazer e muita gratidão. Existe essa relação no Brasil de só poder ser uma coisa ou outra, mas não fico pensando muito sobre. Quero que as pessoas gostem, mas vou continuar fazendo o que quero.
Karol e o poder
Cleo explica que a escolha de Karol Conká para uma música que fala sobre a força feminina foi bastante natural. As duas são amigas há um bom tempo e já planejavam uma parceria.
Já compusemos juntas antes. Ela é uma artista que revolucionou o pop, fala de poder e liberdade feminina. Uma mulher com muita personalidade, muita autonomia. Essa música é sobre isso.
Nos últimos anos, Cleo se tornou uma voz importante do ativismo feminista e LGBTQ+ nas redes sociais. Seu álbum também abordará esses assuntos, mas através de sua ótica particular.
Acho que essas mensagens vão ser mostradas de forma mais pessoal, mais vulnerável. [O disco] é sobre minha vida. É a minha história.
Enquanto o álbum de estreia não chega, Cleo segue na torcida para se jogar nos palcos ao redor do Brasil e agradece todo o suporte que recebe dos fãs a cada trabalho.
Eu tenho muita sorte com meus fãs. Eles não ficam num lugar de julgamento tóxico. Quero cada vez mais fazer shows e me colocar nesse lugar de exposição e vulnerabilidade. Antes, eu sempre acho que vou morrer, mas durante, não quero mais sair! É uma troca muito importante com o público.