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Carolinie Figueiredo sobre pressão: 'Tive náuseas quando levantei a blusa'

A atriz e terapeuta Carolinie Figueiredo - Reprodução / Instagram
A atriz e terapeuta Carolinie Figueiredo Imagem: Reprodução / Instagram

De Splash, em São Paulo

03/12/2021 12h45

A atriz e terapeuta Carolinie Figueiredo fez um longo desabafo sobre a maneira como enxerga o próprio corpo.

Em publicação no Instagram, ela mostrou fotos na frente do espelho e refletiu sobre como já se culpou por seu corpo "estar errado em não caber no short, na TV e na vida."

Não é só sobre emagrecer ou estar acima do peso, é a maneira cruel que olhamos nosso corpo e como reproduzimos discursos de ódios com nossa imagem. Foi uma sequência de: minha perna está tomada de celulite, aqui prendeu minha coxa larga. Tive náuseas quando levantei a blusa e vi como minha barriga escorria pela lateral. escreveu

Falando sobre um "gatilho de culpa, arrependimento, pressão e depreciação", Carolinie ainda afirmou que escreveu o texto para outras mulheres como ela.

Retomar a conexão com meu corpo às vezes é encarar emoções confusas, densas e duras. disse

Essa não foi a primeira vez que a atriz e terapeuta falou abertamente sobre pressão estética.

Confira o desabafo de Carolinie Figueiredo na íntegra:

Hoje fui ao shopping comprar roupa pras crianças. Cruzei o espelho e pensei: "Nossa como eu tô bonita".

Registrei a foto. Daí pensei: "Já que eu tô me sentindo tão bem vou experimentar uns shorts Jeans que eu só tenho um que vai bem".

Experimentar roupa no provador já me abre muitos gatilhos de emoções difíceis de sentir.

Há anos eu visto 43: 44 fica largo, 42 apertado. E por anos tentei me espremer em roupas, culpando meu corpo por estar errado em não caber no short, na TV e na vida.

Mesmo assim tomei coragem, me acalmei e me prometi que tudo ficaria bem.

Short após short fui encontrando com pensamentos terríveis sobre meu corpo enquanto narrava com sarcasmo, masoquismos e dor tudo que cabia pra fora.

Não é só sobre emagrecer ou estar acima do peso, é a maneira cruel que olhamos nosso corpo e como reproduzimos discursos de ódios com nossa imagem.

Foi uma sequência de: minha perna está tomada de celulite, aqui prendeu minha coxa larga. Tive náuseas quando levantei a blusa e vi como minha barriga escorria pela lateral.

Comecei a me arrepender "poxa, eu estava me sentindo tão bem".

Fiz promessas duras sobre o que preciso fazer pra ter "o corpo melhor".

Choro preso na garganta, desisti quando comecei a repassar na mente todos excessos de comida.

Aqui me parei a força. Conheço esse gatilho de culpa, arrependimento, pressão e depreciação.

Saindo do provador percebi o caminho: entrar em pântanos profundos de me sentir mal.

Então lembrei da foto de uma mulher que eu atendo como terapeuta. Essa semana ela me mandou uma foto de biquíni e passamos a sessão discursando e sustentando os lugares duros que envolvem os caminhos do amor por si.

Não é só por mim que me convido a amar meu corpo. Comecei a escrever pra ela, e pra você, esse texto.

Retomar a conexão com meu corpo às vezes é encarar emoções confusas, densas e duras.

Deixei as compras no canto e fui me acolher num cookie saboroso. Há anos o açúcar me entende.

E se você também, me deixe um coração.

Esse texto é um colo pra você que pode compreender que às vezes conectar com seu corpo de mulher também é encarar o que dói. E que esse movimento de enxergar também pode ser pelo amor!