Com Zilu e sem Luciano: Zezé Di Camargo explica escolhas em 'É o Amor'
Zezé Di Camargo se aventura mais uma vez no mundo do audiovisual. Depois de apresentar a sua trajetória ao lado de Luciano no filme "Dois Filhos de Francisco", o sertanejo entrou em uma nova empreitada, ao lançar a série documental "É O Amor: Família Camargo", que chega à Netflix em 9 de dezembro e acompanha o dia a dia do clã Camargo, com o foco em Zezé a na filha Wanessa. No dia seguinte, será lançado o álbum "Pai & Filha", com músicas cantadas pelos dois.
Em entrevista a Splash, Zezé revelou que a ideia para o desenvolvimento da produção veio da intenção de lançar algo em comemoração aos 30 anos de carreira da dupla. "Faríamos uma web série, com vários artistas, que se chamaria 'A Música de Zezé Di Camargo e Luciano que eu gostaria de ter cantado', e chamamos Marília Mendonça, Thiaguinho, Ivete e Luan Santana."
"Quando já estávamos gravando, o Luciano resolveu fazer o projeto gospel dele, e eu entendi que não poderia lançar a web série porque bateria de frente com esse projeto de música evangélica que eu nem sabia", contou o cantor ao explicar a ausência do irmão no título, algo que chamou a atenção dos fãs. "Quando eu tomei conhecimento do projeto dele, já estava bem adiantado."
Eu não poderia continuar com o projeto do Zezé Di Camargo e Luciano 30 anos porque uma coisa ia conflitar com a outra, então quis fazer uma coisa independente.
Então, um projeto adormecido o qual era nutrido junto da filha Wanessa voltou à tona. "Em 2007, fizemos uma turnê pai e filha pelo Brasil, e nasceu a vontade de desenvolvermos um projeto de álbum ou DVD, mas não tínhamos tempo nas nossas agendas."
Com o Luciano fazendo as coisas dele sozinho, vi a chance de fazer os meus projetos. Foi quando eu pensei em fazer um reality sobre nós e a Netflix comprou essa briga.
Como uma espécie de "Keeping Up With The Kardashians" brasileiro, a produção acompanha a vida de Wanessa e Zezé de perto, e, por isso, não poderia deixar fora Zilu Godoi, ex-esposa de Zezé, mãe de Wanessa e também de Camilla e Igor Camargo.
Para o cantor, não havia a possibilidade de Zilu não aparecer em "É O Amor: Família Camargo". "Como a série está mostrando coisas da minha vida, de momentos que eu passei, sejam conturbados ou não, eu tinha que ser visceral mesmo", explica.
Não poderia ser diferente, teria que achar um jeito de inserir a minha ex-mulher, mãe dos meus filhos.
"O amor muda de forma, mas ele não acaba", disse o cantor. "O amor que eu sinto pela mãe dos meus filhos faz parte da minha história e eu não vou apagar isso — e nem quero."
Zezé explicou que Graciele Lacerda, sua esposa, entendeu seu lado e o apoiou na escolha. Quanto à Wanessa, a série nem mesmo faria sentido caso a mãe não estivesse presente. "Ela é nossa mãe, isso nunca vai mudar. Desde o começo, estavam todos cientes que ela está na minha vida."
Tirar Leite de Pedra
Mesmo tendo criado o argumento da série, Zezé acreditava que produzir conteúdo para "É O Amor: Família Camargo" seria como "tirar leite de pedra". "Muita gente já conhece a nossa história por causa do 'Dois Filhos de Francisco'."
Se conseguíssemos extrair emoções, a série valeria a pena. E foi o que aconteceu, muita coisa que está na série é inédito e nunca foi mostrado.
Segundo Wanessa contou a Splash, ela também achava não haver muito o que mostrar, mas foi surpreendida. "A gente tem uma ideia de que a nossa vida não tem graça."
Quando eu assisti à série, e a todos aqueles momentos ali vividos, percebi que toda vida é uma história legal, cada momento é especial, mas às vezes a gente não dá muito valor.
Além disso, a também cantora disse ter descoberto qualidades e defeitos próprios que foram "herdados do pai". "Coisas boas e ruins vieram dele."
Vô Francisco
O início da produção de "É O Amor: Família Camargo" aconteceu há cerca de um ano, quando Francisco Camargo, pai de Zezé e Luciano, morreu aos 83 anos. "O vô Francisco faleceu quando a gente começou a gravar, então ela também ficou bem sensível por isso", conta Wanessa.
Em decorrência da pandemia de covid-19, o cantor já estava isolado com a família e ficou ao lado do pai quando a saúde começou a ficar mais debilitada. "A pandemia me beneficiou — entre muitas aspas — nesse sentido. De me voltar às coisas essenciais para mim, de voltar a morar no Estado em que eu nasci, passar mais tempo com a minha família e saber que as pequenas coisas da vida ainda têm muita importância."
Vida Perfeita?
Ser acompanhada por uma câmera por 24 horas não foi algo tão bem recebido por Wanessa. Segundo ela, houve momentos em que sentiu vontade de pedir para que as filmagens pausassem. "Alguns momentos foram bem difíceis, e me deram vontade de falar 'desliga a câmera'."
Muitas coisas foram trabalhadas psicologicamente nesta série. Desde a primeira gravação, eu comecei a estranhar, até porque, os meus filhos estão na série, e são duas crianças que não entendem o que está acontecendo.
Proteger os filhos era a prioridade da cantora, ao mesmo tempo em que ela entendia não poder excluí-los da produção. "Desde que aceitei fazer a série com o meu pai, estava muito claro para mim que, ou eu topava e mostrava a verdade, sem inventar cena e firula, ou eu não ia dar."
Para a artista, ainda há momentos que a deixam tensa, mas ela acredita que a proposta de "sair do modo rede social e vida perfeita" foi alcançado. "Nós criamos uma identificação com todos. É uma família brasileira, como tantas outras."
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