DiCaprio diz que quer dar voz a cientistas em novo filme da Netflix
Na vida real, o ator Leonardo DiCaprio é conhecido, para além de seu eterno Jack Dawson de "Titanic" (1997), como um ativista ambiental. Ele frequentemente se posiciona contra políticas de desmatamento, já fez duras críticas ao governo brasileiro por causa da Amazônia e é representante da ONU para questões de mudanças climáticas.
Na arte, a história não fica muito para trás —pelo menos não no filme "Não Olhe Para Trás", de Adam McKay, que ele estrela ao lado de Jennifer Lawrence e Meryl Streep.
O longa que estreia em 24 de dezembro na Netflix, mas chega aos cinemas em circuito limitado no próximo dia 10, acompanha o professor Dr. Randall Mindy (DiCaprio) e a estudante de astronomia Kate Dibiasky (Lawrence), que descobrem que um cometa está prestes a colidir com a Terra. Apesar do tamanho da ameaça, ninguém parece se importar de fato com isso.
Para tentar fazer o mundo prestar atenção ao iminente apocalipse, os dois contam com a ajuda do Dr. Oglethorpe (Rob Morgan), que organiza um tour midiático que vai do gabinete da presidente Orlean (Meryl Streep) a programas matinais questionáveis. Será que eles vão conseguir fazer as pessoas acreditarem no que eles estão dizendo?
Para DiCaprio, o filme pode ajudar a imprimir uma outra percepção pública da ciência.
"Queremos que os cientistas sejam ouvidos", declarou, em entrevista coletiva que contou com a presença de Splash. "A ciência se tornou politizada, com fatos alternativos. O personagem é baseado em cientistas que eu conheci, especialmente ambientalistas, que estão tentando fazer suas vozes serem ouvidas."
O ator conta que a personalidade de Dibiasky, personagem de Lawrence, o faz lembrar da ativista sueca Greta Thunberg, sobretudo em relação à forma como ambas se posicionam. "Eu concordo com o que Leo disse", falou a atriz. "É triste e frustrante ver pessoas que passaram as suas vidas estudando a verdade serem ignoradas."
O diretor e roteirista Adam McKay, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado por "A Grande Aposta" (2015) e responsável também por "Vice" (2018), com Christian Bale interpretando Dick Cheney, vice-presidente de George W. Bush, está habituado a fazer um cinema que usa um tom irônico para tratar de temas consideravelmente sérios.
Isso é exatamente o que ele faz em "Não Olhe para Cima", já que enquanto Mindy e Dibiasky tentam convencer a mídia e as autoridades dos reais perigos do cometa que se aproxima, são confrontados por vários impedimentos, que são uma forma de o diretor fazer comentários sobre comportamento e hábitos de consumo.
"Queríamos lidar com esse assunto, que é uma das maiores ameaças à raça humana, e pode ser sufocante. Mas é melhor se pudermos rir um pouco disso. Nós somos atingidos por essas conversas sobre fim do mundo diariamente, o que está certo levando em conta a ciência e tudo o que tem acontecido, mas também podemos tratar com alguma leveza."
Entre o grandioso elenco do filme está a cantora Ariana Grande, que interpreta a popstar Riley Bina. Lawrence conta que, apesar de toda sua visibilidade, as duas não circulam normalmente nos mesmos eventos, e que surtou quando viu a compositora pela primeira vez.
"Foi chocante conhecê-la, porque ela é tão pequena. É engraçado porque nossos mundos não se chocam, e eu me senti uma vencedora de um concurso de rádio, eu não sabia como agir ao lado dela."
Para DiCaprio, vencedor do Oscar com "O Regresso" (2015), a comédia é um artifício para fazer a mensagem final chegar ao público:
Eu queria articular a frustração da comunidade científica, como eles estão lá tentando falar a verdade e existem todos esses outros barulhos atrapalhando, gerando frustração. E era disso que o Adam queria falar.
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