Criador de histórias macabras, Junji Ito revela o maior medo
Conhecido por criar histórias macabras e assustadoras, Junji Ito, 58, é um dos mangákas — autor de mangás, as histórias de quadrinho japonesas — mais famosos do mundo. Com títulos que mostram a degradação humana e personagens que definham e se entregam à loucura, o escritor assina obras como "Uzumaki - A Espiral do Horror", "Tomie" e "Fragmentos do Horror".
O autor é tido como o Stephen King do Japão e, em conversa exclusiva com Splash, conta que a preferência pelo terror o acompanha desde muito novo. "Eu sempre fui muito assustado, desde criança, mas por outro lado, eu tinha muita vontade de ver coisas assustadores, e por isso procurava assistir e ler conteúdos do gênero do terror."
Uma mente que trabalha com tantos temas macabros não deve se assustar fácil, mas segundo Junji Ito há uma coisa que ele elege como o seu maior medo: "Ser devorado por tubarões."
Além disso, ele revelou que o seu filme de terror favorito é "O Exorcista"."É um trabalho que me impactou quando era criança, e até hoje é o filme mais importante para mim."
Influências
Para ele, o medo mundial hoje da covid-19 pode influenciar em suas obras em breve. "Nestes dois anos, devido à pandemia, tive menos oportunidade de sair de casa e, por isso, me dediquei mais ao trabalho, mas ela ainda não afetou o que mostro nos meus trabalho, mas é possível que isso aconteça no futuro."
Segundo o autor, suas maior influência está no ""Fun'iki", termo em japonês que significa algo como "ambiente, atmosfera". "É a atmosfera que é gerada por paisagens, impressões e personagens dentro de uma obra."
A descrição dos cenários, a forma como os personagens se portam e as suas falas criam um mood próprio. Muitas vezes tenho vontade de desenhar obras que tenham esse tipo de "fun'iki".
Gatos
Adaptação
Brasil
O autor participa hoje, às 10h, de uma mesa de conversa durante a 20ª edição da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, mediada pela youtuber Miriam Castro Mikann e a roteirista de HQs Kika Hamaoui.
Junji Ito disse estar empolgado para falar com o público brasileiro e contou não conhecer os quadrinhos produzido fora do Japão, mas espera conhecer a produção brasileira daqui para a frente.
Em contrapartida, as obras do mangaká estão sendo cada vez mais traduzidas para o português, fato que o deixa bastante positivo.
Estou muito feliz em saber que os meus livros estão sendo publicados no Brasil e que os fãs brasileiros têm a oportunidade de lê-los.
O autor aproveitou para deixar um recado: "Eu queria dizer que gosto de Bossa Nova."
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