Queridinho dos streamings, Raphael Montes quer ser Ryan Murphy do Brasil
Raphael Montes é o novo queridinho dos streamings no Brasil. Com produções na Netflix ("Bom dia, Verônica") e no Amazon Prime Video ("O Menino Que Matou Meus Pais" e "A Menina Que Matou os Pais"), o escritor e roteirista já conta com trabalhos anunciados na Disney+ (Tá Tudo Certo) e na HBO Max, ainda sem título revelado.
Vencedor do Prêmio Jabuti de Romance de Entretenimento em 2020 pelo suspense "Uma Mulher no Escuro", o autor pretende focar em projetos audiovisuais que tenham a sua marca autoral e, por isso, criou em 2020 a Casa Montes, sua própria produtora.
Montes contou em entrevista com Splash que quer desenvolver cada vez mais histórias com as características que seu público já está acostumado. "Estarão presentes as viradas, as tramas que você não consegue prever e que sempre flertam com o crime, com o terror e com o true crime. Juntei essas ideias e comecei a levar uma espécie de marca pessoal", disse.
"É um pouco o que a gente conhece do Ryan Murphy", disse referenciando ao aclamado criador de "Glee", "American Horror Story" e outras várias séries de sucesso.
Ele é uma marca. Você assiste porque é do Ryan . É o que eu quero.
Com assuntos diferentes do comuns, as obras de Montes chamam a atenção do público por serem bastantes chocantes."A primeira coisa que eu busco é entreter. Então, minhas histórias têm ganchos e você não pode parar de ver. Os personagens são complexos, as tramas são inesperadas, são coisas diferentes. O primeiro, 'Suicidas', fala sobre roleta russa; já 'Jantar Secreto', trata de canibalismo. Esse é o nível."
O Grande Sucesso
Raphael Montes é criador, produtor e roteirista de "Bom Dia, Verônica", série da Netflix que já está com a segunda temporada gravada. A trama é baseada em um livro escrito por Montes e pela criminóloga Ilana Casoy, que se juntaram e criaram o pseudônimo Andrea Killmore para lançar a obra.
A "jogada" de mudar o nome do autor, segundo ele, foi uma espécie de "experimento". "Queria ver se as pessoas comprariam o meu livro mesmo sem o meu nome nele. Deu certo". A primeira edição teve 12 mil exemplares vendidos.
O mistério sobre o escritor do livro ajudou a impulsionar a trama a se tornar uma produção audiovisual. "Um executivo da Netflix me ligou e falou: 'Você tem uma ideia de uma série?'"
Eu propus fazer uma adaptação do livro 'Bom Dia, Verônica', e eu não contei que eu era uns dos autores do livro, junto com a Ilana.
Com Tainá Müller, Camila Morgado e Eduardo Moscovis no elenco, a série sobre um assassino em série brasileiro está na prioridades do autor. "É minha paixão", confessa. "Na paralela à segunda temporada, eu e Ilana estamos escrevendo o segundo livro."
De paraquedas no Amazon Prime Video
Já no caso de "O Menino Que Matou Meus Pais" e "A Menina Que Matou Os Pais", os dois filmes que contam as diferentes visões sobre o crime Von Richtofen, Raphael Montes foi parar no Amazon Prime Video sem querer.
"Pensei: 'Pois bem, depois do 'Bom Dia, Verônica', o que eu vou fazer?'. E aí, eu fui convidado para escrever os filmes do caso Richthofen. E os filmes eram pro cinema, não eram para Amazon. Mas, por causa da pandemia, acabaram saindo no Prime Video"
Para o autor, foi uma escolha bastante acertada da produtora. "A ideia de dois filmes eu acho que cabe muito bem para o streaming."
Mudança de ares
"Enquanto eu estava levantando projetos para a Casa Montes, recebi um convite inusitado de criar uma série musicada juvenil", conta. A proposta surgiu de Felipe Simas, produtor musical de Ana Vitória e Manu Gavassi. "Ele tinha uma ideia de série, mas uma ideia abstrata, e ele falou: 'Rapha, vamos levantar juntos essa ideia'. E eu topei, muito pelo desafio."
O próprio Raphael Montes disse não ter entendido o porquê de ele ter sido escolhido para o projeto, mas, segundo Simas, foi o "conhecimento de estrutura" que o convenceu que o autor era a escolha certa.
"Como criador, eu acho que eu tenho duas características muito fortes. Uma delas é a que o público mais percebe: contar histórias violentas. Mas uma outra característica que eu tenho como criador é que eu estudo muito storytelling. Ou seja, maneiras de contar histórias que o público se engaja, que emociona, histórias que comovem, histórias que se conectam ao público."
"Tá Tudo Certo" é uma comédia romântica musicada — algo inédito na carreira do autor — e será lançado no Disney+.
Mais projetos
Na intenção de desenvolver ainda mais projetos para a Casa Montes, o autor conversou com os executivos da HBO Max. A afinidade criativa entre eles fez com que nascesse não apenas uma, mas cinco produções juntos.
Não é exclusividade, mas todas as ideias que eu tiver de filme ou de série, eles têm a primeira opção de olhar e comprar.
O autor não revelou detalhes sobre os títulos a serem lançados pelo streaming, mas adiantou que se trata de uma série adaptada de um de seus livros e também projetos em novos formatos, a telessérie, uma espécie de híbrido entre novela e série, com uma duração de 50 capítulos.
Tive uma ideia, mandei uma ideia original minha, que é um melodrama de suspense. Eles gostaram da ideia e a gente está trabalhando nesse projeto primeiro.
Vem aí
Mesmo com tanto trabalho sendo desenvolvido pelo autor, ele ainda não pensa em dar um tempo e tirar férias. Ao contrário, ele prometeu que ainda há muito para vir por aí.
Eu realmente acredito que, daqui alguns anos, a gente vai ter alguns, ou todos os meus livros em versões audiovisuais.
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