"Homem-Aranha: Sem Volta para Casa" chega aos cinemas nesta quinta-feira, 16 de dezembro, mas em alguns cantos das redes sociais, a impressão é que fala-se sobre o filme há décadas.

De supostos roteiros e imagens vazadas a especulações infindáveis a partir de cada foto ou trailer, toda e qualquer novidade sobre a terceira aventura solo de Tom Holland foi debatida, esmiuçada e minimamente destrinchada por "marvetes" e demais fãs do Amigão da Vizinhança.

Reflexo e, ao mesmo tempo, causa da expectativa, esse tipo de comportamento pode ter dois efeitos completamente opostos na audiência quando o filme for visto.

Se, por um lado, o fato de "Sem Volta para Casa" não sair da boca do povo é bom para a divulgação e para a arrecadação das bilheterias, isso não se traduz necessariamente em satisfação.

Pelo contrário, pode se transformar até mesmo em uma fonte de frustração para alguns.

A resposta que todos querem, é claro, é se o filme vai mesmo reunir as três versões em live-action de Peter Parker já vistas nos cinemas —isto é, além de Tom Holland, Tobey Maguire, da trilogia dirigida por Sam Raimi, e Andrew Garfield, de "O Espetacular Homem-Aranha", do diretor Marc Webb.

Ah, antes de continuarmos, não se preocupe! Não daremos spoilers do filme neste artigo.

Mas seja qual for a resposta para a pergunta que não quer calar, é praticamente inevitável que o filme gere algumas frustrações.

Estamos falando, talvez, do primeiro grande lançamento da Marvel após "Vingadores: Ultimato" (2019), um filme-evento que provoca gritos e aplausos na sala de cinema (e se você acha que isso não acontece em sessões para a imprensa, está enganado). É uma experiência amplificada pelo coletivo.

Justamente por se agarrar com tanta força à experiência coletiva, não é difícil de se enxergar alguns pontos vazios, em que o longa camufla certa falta de ideias entre grandes espetáculos visuais.

Mas mesmo que esse não seja exatamente um grande problema, a expectativa pode ser um fator negativo sem depender da execução do filme. Essa ansiedade parte de projeções que vêm do público, e não de promessas feitas pela produção.

Por isso, tanto anseio muitas vezes trabalha contra a obra, e coloca sobre ela pressões que estão fora da realidade.

Felizmente, isso não significa que o filme não possa surpreender, como ele já vem fazendo. Mas é sempre bom calibrar as expectativas para não sair decepcionado de uma experiência espetacular.