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Verdades Secretas 2

Tudo sobre a novela da Globoplay


Cansei de não ser sexy: uma aula com a professora de sensualidade de 'VS2'

Grazzy Brugner ensina sensualidades em seu teatro - Iwi Onodera/ UOL
Grazzy Brugner ensina sensualidades em seu teatro Imagem: Iwi Onodera/ UOL

Fernanda Talarico

De Splash, em São Paulo

17/12/2021 04h00

"Verdades Secretas 2" ficará marcada na história das produções nacionais por ter apresentado, ao longo de seus 50 episódios, muitos momentos sensuais e eróticos. Por trás das câmeras, Camila Queiroz (Angel), Agatha Moreira (Giovanna), Júlia Byrro (Lara) e outros atores contaram, inclusive, com uma profissional para protagonizar as cenas mais calientes: a professora de sensualidade Grazzy Brugner, que auxiliou a diretora artística Amora Mautner nas gravações.

Chamada para coreografar as cenas de sexo e auxiliar no clima de atração entre os personagens, a também professora de pole dance acredita que todas as pessoas, não só atrizes e atores, podem exercer o poder da sedução. "Eu, como professora e especialista de artes sensuais, já presenciei diversas transformação de alunos que se tornaram mais sensuais a partir do amor-próprio e da autoconfiança, independentemente do biotipo e da idade."

Grazzy Brugner trabalha com pole dance há 13 anos e ensina danças sensuais - Alexandre Aldred Ramacciotti/divulgação - Alexandre Aldred Ramacciotti/divulgação
Grazzy Brugner trabalha com pole dance há 13 anos e ensina danças sensuais
Imagem: Alexandre Aldred Ramacciotti/divulgação

Mas será que, realmente, qualquer um pode se tornar uma pessoa sensual? Para tentar responder a essa pergunta, Splash fez uma aula com Grazzy Brugner e testou algumas técnicas usadas pelos atores de "Verdade Secretas 2".

Será que dá?

Grazzy ficou apenas uma hora ensinando as suas verdades nada secretas de como sensualizar e conquistar alguém, pois tem a agenda extremamente concorrida. Ela se divide entre o teatro que dá aulas de pole dance e sensualidade em São Paulo, no bairro da Bela Vista, e outro no centro de Curitiba, no Paraná.

No entanto, a professora não economiza nas dicas e apontamentos. Logo ao chegar, pergunto a ela se é possível alguém que não está no "momento mais sexy da sua vida" — afinal, foram quase dois anos fechada em casa por causa da pandemia — adquirir sensualidade.

Para Grazzy, nada parece impossível. Bastante empolgada e com um discurso que beira o coach motivacional, ela inicia a aula ali mesmo, na entrada, porque o segredo está na autoestima e confiança, e não apenas na técnica.

É claro que dá! Tudo é possível, é só querer! E é claro que você consegue.

"O que não dá é você se comparar, achar que vai chegar aqui e se tornar a Camilla Queiroz. Não vai, e isso porque ela já tinha uma bagagem de ser modelo e porque as pessoas são completamente diferentes uma das outras", explica.

Do início

A professora inicia a aula "pelo começo", da maneira mais básica possível. "Muitas alunas chegam achando que já vão para o pole dance, que farão loucuras, mas não é assim". Segundo Grazzy, dançar no pole de maneira sensual exige muito treino — e já avisa que as primeiras semanas são extremamente frustrantes. Por isso, ela decide me ensinar o "chair dance", uma espécie de dança com uma cadeira.

Como foi a primeira aula, o pole serviu apenas para tirar foto - Iwi Onodera/ UOL - Iwi Onodera/ UOL
Como foi a primeira aula, o pole serviu apenas para tirar foto
Imagem: Iwi Onodera/ UOL

Antes da aula, Grazzy pediu para que eu estivesse de salto alto, legging e camisa, e eu obedeci. Para a instrutora, a roupa escolhida ajuda na movimentação e torna todo o processo mais confortável — o que se mostrou verdade —, e o salto alto, segundo ela, deixa "qualquer uma sensual".

Empurrando a Nuvem

A primeira lição é simples: mexa os braços como se estivesse empurrando uma nuvem. "Imagine algo bem fofo ao seu lado e leve ele devagar para o lado." A ideia parece muito abstrata, mas o movimento acaba mais leve, tornando uma "jogada de braço" bem mais chamativa.

Outro ponto ensinado é: sua mão mostra para onde a pessoa vai olhar. Portanto, um momento sensual pede que a mão esteja consciente da parte do corpo em que ela está. Isso não se restringe a nenhuma área, afinal, uma ajeitada de cabelo poder ser bastante excitante, segundo Grazzy.

Grazzy Brugner aula - Iwi Onodera/ UOL - Iwi Onodera/ UOL
Para Grazzy Brugner, a mão é de extrema importância
Imagem: Iwi Onodera/ UOL

Além disso, as mãos devem nos amar. Então, passá-las por nosso corpo é um exercício de amor-próprio, de lembrar a nós mesmos de cada parte dele e como nós o amamos. Deu certo.

Pastel de Queijo

O "carão" é algo que não pode faltar quando a vontade é ser sensual. Um olhar penetrante, um morder de lábios e pronto. O auge do poder. Para Grazzy, a expressão do rosto é muito importante, e para deixá-la sexy é preciso pensar em algo gostoso.

Quando eu falo em algo bom, não é para pensar em homem, por exemplo. Pensa no que você gosta de comer, em pastel de queijo.

Focar em um alimento bem gorduroso deixou mais fácil a tarefa de me manter séria enquanto fazia os movimentos.

Chutou é gol

Braços e rosto prontos, faltam as pernas. Para isso, a cadeira entrou em jogo.

Na dança sensual, um simples móvel de sua casa pode se tornar o seu melhor cúmplice. E, assim, fui apresentada a um novo mundo de como usar uma cadeira.

O movimento cadenciado a ser feito ao se sentar não deve ser igual ao feito todos os dias, pois é como se você e o móvel fossem apenas um. Explico: uma parte de você sempre tem de estar tocando a cadeira.

Ao sentar e levantar, minha mão ou perna precisam estar encostando no móvel, o que é bastante complicado de ser colocado em prática e me fez quase cair algumas vezes.

Grazzy Brugner ensina 'chair dance' - Iwi Onodera/ UOL - Iwi Onodera/ UOL
Grazzy Brugner ensina 'chair dance'
Imagem: Iwi Onodera/ UOL

A dança se inicia com meu olhar para o chão e as mãos nos pés, e todo o corpo vai subindo gradualmente, até chegar o momento de abrir as pernas e jogar os cabelos para o alto. Isso pode dar muito certo, caso você já esteja acostumado, mas também pode te faz perder o equilíbrio.

Eu confesso que, depois de algumas tentativas, me senti sexy por conseguir jogar todo o meu longo cabelo para trás de uma só vez e ainda fazer carão — sempre pensando no meu pastel de queijo, é claro.

Por fim: o cruzar de pernas. Grazzy vai de encontro ao imaginário popular, que tem Sharon Stone em "Instinto Selvagem" como ícone do movimento, e mostra que é preciso ter um chutinho rápido para frente. Inicialmente, me senti recebendo uma bola na grande área e chutando para o gol. Mas a professora teve paciência o bastante para repetir o cruzar de pernas diversas vezes junto comigo, até que acertei a velocidade e o ajuste de para onde o pé aponta. Me acostumei a fazer o movimento e agora me pego repetindo ele ao sentar em restaurantes e até mesmo ao trabalhar na redação.

"Você tem que acreditar na mudança"

Após todos os ensinamentos, Grazzy Brugner é pragmática: "Todas nós somos sexys". "Eu falei isso para as atrizes de 'Verdades Secretas' e falo para todas as pessoas: todo ser humano é sexy, o que difere é o nível de sensualidade."

Splash testou a aula de sensualidade de Grazzy Brugner - Iwi Onodera/ UOL - Iwi Onodera/ UOL
Splash testou a aula de sensualidade de Grazzy Brugner
Imagem: Iwi Onodera/ UOL

Para a professora, é necessário se permitir, "é assim que o nível sensual sobe". No entanto, ela diz que também vive momentos de "camisetão", no qual fica de moletom e não se preocupa em manter a pose.

Ser sensual é uma questão de estado de espírito. Resolver um assunto, trabalhar bem, isso é ser sensual. Você não tem que estar de decote e ser provocativa o tempo todo.

Quanto a mim, continuo achando que tenho muito a aprender com Grazzy. Mas, depois da nossa aula, sempre me pego pensando em um belo pastel de queijo e chutando a parede ao me sentar para trabalhar.