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De figurante a astro: há 50 anos, Roberto Carlos encerrou carreira de ator

Roberto Carlos estrelou uma trilogia entre 1968 e 1971 - Reprodução
Roberto Carlos estrelou uma trilogia entre 1968 e 1971 Imagem: Reprodução

Fernanda Talarico

De Splash, em São Paulo

18/12/2021 04h00

Roberto Carlos, 80, é tido como Rei da música brasileira e isso não se discute. Mas, por pouco tempo, o cantor também foi ator e brilhou nas telonas do Brasil. O astro seguiu os passos de grandes nomes do cenário musical, como Frank Sinatra e e Elvis Presley, e viu na dramaturgia uma maneira de expandir ainda mais seus horizontes.

O artista, que começou na área como figurante, foi até protagonista de uma trilogia e teve uma passagem no cinema semelhante à dos Beatles, com suas músicas na trilha sonora e ocupando o papel de estrela dos títulos. A trajetória de Roberto Carlos como ator, no entanto, se encerrou em 1971.

No ano em que se completa meio século que não vemos mais o Rei atuando, Splash te ajuda a lembrar como foi a história dele no audiovisual.

Figuração

Entre as décadas de 1950 e 1960, Roberto Carlos deu início à carreira de ator e foi figurante em alguns títulos, como "Minha Sogra É da Polícia" (1958), uma comédia musical sobre um funcionário público atormentado pela própria sogra. No longa, o cantor aparece tocando em um clube, ao lado de Eramos Carlos, Carlos Imperial e Cauby Peixoto.

Depois, ele esteve em "Alegria de Viver" (1958), uma comédia romântica que contou com John Herbert e Eliana Macedo como estrelas. Na produção, o Rei fez uma pequena participação ao fundo em uma cena: ele era o bilheteiro de um cinema.

O cantor também fez figuração em "Aguenta o Rojão" (1958) e "Esse Rio Que Eu Amo" (1961).

3 vezes Roberto

Em 1968, os dias de figurante acabaram, e o astro da música brasileira protagonizou a sua própria trilogia, dirigida por Roberto Farias.

O primeiro dos filmes, "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", foi lançado em 1968 e mistura tramas de espionagem e música. A narrativa acompanha o personagem que, assim como ele, é um cantor de sucesso. A ação começa quando ele se vê perseguido por uma quadrilha internacional.

A trilha sonora conta com músicas como "Eu Sou Terrível", "Como É Grande o Meu Amor por Você" e "Quando". O vídeo desta última foi gravado no edifício Copan, em São Paulo. Assista abaixo.

O segundo volume da trilogia foi "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa", lançado no mesmo ano. Com Erasmo Carlos, José Lewgoy e Wanderléa no elenco, o filme chegou a ter cenas gravadas no Japão. A trama envolve estátuas mágicas, samurais e tesouros.

A trilha sonora conta com "É Preciso Saber Viver" e "Não Vou Ficar", de Tim Maia, cantada pelo próprio Roberto.

Já em 1971, o mais famoso dos três filmes foi lançado: "Roberto Carlos a 300km por Hora". Na obra, o Rei não vive ele mesmo, mas sim Lalo, um mecânico que se mostra um piloto bastante habilidoso.

Essa foi a última vez que o astro estrelou um filme.

O longa conta com músicas como "Todos Estão Surdos" e "De Tanto Amor".

Um quarto filme começou a ser desenvolvido e se chamaria "SSS Contra A Jovem Guarda", mas a produção foi interrompida.

Apresentador

Vale lembrar que, antes de ser uma estrela de cinema, Roberto Carlos foi também apresentador. Entre 1965 e 1968, ele foi um dos responsáveis pelo programa "Jovem Guarda", exibido na Record TV.

Erasmo Carlos, Wanderléa e Erasmo Carlos - Divulgação - Divulgação
Erasmo Carlos, Wanderléa e Roberto Carlos
Imagem: Divulgação

Próximo Projeto

É bem improvável que Roberto Carlos volte a atuar. No entanto, ele anunciou este ano que está desenvolvendo uma minissérie sobre a própria vida, mas será interpretado por um ator ainda a ser divulgado. A produção contará com a direção de Bruno Silveira ("Dois Filhos de Francisco"), roteiros de Nelson Motta e Patrícia Andrade ("Dois Filhos de Francisco"), e abordará fatos de sua vida desconhecidos pelo público.

No cinema, o Rei já foi interpretado por Gabriel Leone em "Minha Fama de Mau" (2019) e George Sauma em "Tim Maia" (2014).