Schünemann lança 1° livro e diz como quase morreu em gravação na Globo
Conhecido por personagens como Bento Gonçalves, de "A Casa das Sete Mulheres" (2003), Werner Schünemann se lança como escritor com o livro "Alice Deve Estar Viva", já disponível para venda. Em entrevista a Splash, ele se lembra de uma catarse que viveu em cena, em "Passione" (2010), e afirma que gostaria de reviver esta experiência em algum de seus próximos personagens na literatura.
Na novela de Silvio de Abreu, o ator interpretou Saulo, um pedófilo que abusou sexualmente de Clara (Mariana Ximenes). Em uma virada na trama, quando o vilão é derrubado da presidência da empresa, o ator precisou ser socorrido no set tamanha a entrega ao personagem.
"Eu queria que ele [o personagem] tivesse uma síndrome de abstinência de poder. Precisava ficar muito exasperado, com irritação. Eu queria que os poros do rosto dele aumentassem, e não conseguia chegar lá", se recorda.
A solução encontrada pelo ator para atingir o clímax que desejava foi parar de tomar a medicação para pressão alta e colesterol.
Os remédios me controlavam, tiravam os meus picos de ansiedade. Liguei para o meu médico e disse que iria cortar a medicação. Ele falou que eu não poderia fazer isso e eu disse que seria por minha conta. E tive o piripaque que o meu médico falou que eu teria. Eu estava em cena e a ambulância entrou no estúdio.
Schünemann ficou dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Corri risco de vida. Minha pressão chegou a 26 por 22. Não respirava, não entendia onde eu estava. Tive o que chamam de efeito rebote pelo corte do remédio. Mas fiz as cenas, e elas estão gravadas para sempre. Foi uma loucura", conta.
Ele atravessava um momento delicado com o processo de término do casamento e a morte recente do pai. Hoje em dia, diz que aconselharia um ator mais jovem a não seguir o seu exemplo:
"Eu falaria para ele, just act [somente atue]. Você não precisa correr ao redor da lagoa para parecer suado e sem fôlego. Simplesmente atue. Foi uma experiência e tanto que ainda pretendo colocar em algum personagem meu. Porque só eu sei o que aconteceu", afirma.
Sobre o seu primeiro, Schünemann define a diferença como autor e ator. Uma das principais, segundo ele, está na sensação de isolamento.
"O ator tem sempre gente ao redor, mesmo em um monólogo tem luz, som, diretor? O autor é apenas ele. Ao mesmo tempo que tenho mais liberdade, é uma responsabilidade solitária cuja dimensão estou começando a compreender", conta.
"Alice Deve Estar Viva"
Editora: Minotauro
Páginas: 232
Valor: R$ 45,32 na Amazon
Autor: Werner Schünemann
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