Atriz da novela das 7 recorda agressão transfóbica: 'Perto da morte'
A atriz A Maia, 30 anos, não poderia estar mais satisfeita com o feedback popular à sua presença em "Quanto Mais Vida, Melhor!" (TV Globo). Ela vem divertindo e cativando o público ao interpretar uma versão ao mesmo tempo lúdica e sensual da temida Morte.
"O alcance de uma TV aberta é enorme. A projeção tem grandes alcances mesmo e o retorno tem sido muito divertido! Todos os elementos da personagem trouxeram um impacto muito positivo e o público adorou", festeja a artista, em conversa com a revista "Quem".
Construir essa visão mais positiva da Morte, condizente com a proposta de Mauro Wilson, foi naturalmente um desafio para Maia.
"Precisei ressignificar a ideia de morte antes do papel. Foi um processo todo, pois é impactante a ideia de uma personagem que simboliza a morte. Estamos em um momento muito delicado. Precisei trabalhar isso na terapia também, pois a ideia que fazemos da morte é difícil, é de fim, é de medo", explica.
Aliás, o receio gerado pela expectativa da morte é, infelizmente, algo que Maia já conhece bem. Em setembro, ela foi agredida na cidade de Caraíva (BA) por um cidadão revoltado contra sua condição de transexual.
Sob o pretexto de que a atriz "não era de Deus", conforme vociferou várias vezes, o agressor bateu sua cabeça contra o solo, puxou seus cabelos e inclusive a enforcou. "Infelizmente já senti que estava perto da morte algumas vezes. Ser trans no Brasil é viver um medo constante."
"Mas não temo a morte. Penso em viver, em estar viva", resume a intérprete da personagem que é o terror dos quatro protagonistas de "Quanto Mais Vida, Melhor!": Paula (Giovanna Antonelli), Flávia (Valentina Herszage), Guilherme (Mateus Solano) e Neném (Vladimir Brichta).
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