Se "Emily em Paris" irritou profundamente os críticos franceses, ainda que tenha sido aclamada pelo público, a segunda temporada da série da Netflix chega hoje como uma possível tentativa de limpar a barra com os anfitriões.
Com a personagem de Lilly Collins já bem mais adaptada na cidade luz, os clichês absurdos da primeira temporada que retratou os franceses como atrasados, preguiçosos e sexistas ficam mais amenos.
O alvo dessa vez são os americanos. Com a chegada de um cliente dos Estados Unidos ao escritório da Savoir, o ritmo de trabalho frenético é que soa cafona e ultrapassado. A visita da chefe americana a Paris também deixa explícita a falta de respeito e tato com a forma de trabalhar dos europeus.
Pode até soar como um pedido de desculpas para os franceses que odiaram a primeira temporada, mas é algo que provavelmente já estava nos planos de Darren Star, criador da série. A Emily da primeira temporada que era uma americana se adaptando em Paris já mudou sua visão, e isso a acompanha na evolução da série.
O ponto de vista de qualquer situação é da protagonista. Quem precisa se abrir é o público, e a adaptação dela é perceptível. Dá até vontade de ver futuramente a "Emily em Santo André", "Emily em Osasco" ou qualquer outro meme que os brasileiros criaram para a personagem principal.
Emily está muito mais profissional de marketing e menos influenciadora digital, não que isso tire algum mérito dela. Só que nessa temporada as postagens realmente ficam em segundo plano, embora ainda rendam cenas hilárias.
Ela passa a entender melhor a forma de trabalhar e se relacionar dos franceses. E até que gosta disso. Ficar resolvendo pepino de trabalho no fim de semana definitivamente não deveria ser a preocupação de ninguém. Embora ainda enfrente a resistência de alguns clientes, ela conquista os colegas de trabalho e consegue crescer naturalmente na Savoir.
Do lado romântico e água com açúcar que todo mundo também ama, Emily segue dividida entre manter o romance com Gabriel (Lucas Bravo) e a amizade com Camille (Camille Razat), mas um novo personagem chega para dar mais graça para o triângulo.
A série também fica mais leve com o talento de Ashley Park, que interpreta a amiga de Emily, Mindy. O público terá a oportunidade de conhecer mais sobre o passado dela e todos os episódios dão destaque para o vozeirão da atriz, que já é conhecida no meio dos musicais. A trilha perfeita.
Quando "Emily em Paris" estreou, em outubro de 2020, ela prometia ser só um caldeirão de referências de outras séries bombadas, mas agradou e acabou até indicada ao Emmy. A segunda temporada ganha mais personalidade sem perder sua essência. Uma fuga de temas pesados para a gente sonhar e se divertir.
Estreando nos 45 minutos do segundo tempo de 2021, mais um ano difícil que enfrentamos em pandemia, por que não dar uma chance?
Um bônus: além dos cenários incríveis de Paris, a temporada começa em St. Tropez e termina em Versalhes. Mais um deleite visual pra quem vai passar o fim de ano no sofá de casa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.