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'Piadas' com DJ Ivis, Chapecoense e gordofobia: as ofensas de Léo Lins

Léo Lins é famoso pelo famoso pelo humor "politicamente incorreto" - Reprodução/Instagram
Léo Lins é famoso pelo famoso pelo humor "politicamente incorreto" Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

27/12/2021 16h54

Léo Lins causou polêmica ao dizer em um show de stand-up que colocou DJ Ivis (acusado de agressão pela ex-mulher) para tocar em seu reencontro com a ex-namorada, Aline Mineiro, recém-saída do reality "A Fazenda". Ele também disse que queria "encontrar ela, conversar, olhar olho no olho, dar um soco na costela".

Violência doméstica não é o primeiro tema sério que virou piada para o comediante: famoso pelo humor "politicamente incorreto", Léo Lins já fez piadas com temas como gordofobia, a tragédia da Chapecoense e o Tsunami que afetou o Japão.

Transfobia

Em fevereiro deste ano, Léo Lins foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 15 mil à cabeleireira Whitney Martins de Oliveira após fazer piadas de teor transfóbico com seu nome para divulgar um show na cidade de Jacareí, no interior de São Paulo.

Além de não ter pedido autorização para fazer piada com o nome de Whitney, Léo Lins expõe o seu nome de batismo no vídeo. "O conteúdo do vídeo a tratou com zombaria e deboche", afirmou a juíza Mariana Sperb em sua decisão.

Chapecoense

Em show de stand-up postado em seu canal no YouTube em 2018, Léo Lins faz piada com a queda do avião da Chapecoense, que matou 71 jogadores de futebol em 2016. Ele compara a tragédia ao assassinato do jogador Daniel, ex-São Paulo:

"Pelo menos ele morreu depois de comer coisa boa. Não foi como os jogadores da Chapecoense, que era comida de avião", diz no vídeo que revoltou torcedores e viúvas dos jogadores. Em outro vídeo, publicado em 2019 pelo canal Castro Brothers, o humorista diz que pão que cai no chão é "pão na Chape".

Gordofobia

No ano passado, Léo Lins promoveu um show com uma imagem da modelo plus size Bia Gremion e seu namorado, Lorenzo, um homem trans — mais uma vez, sem autorização. Na foto, os dois aparecem de lingerie: "Chamei sua atenção? Que bom", postou o comediante.

Bia denunciou Léo Lins no 52º DP, em São Paulo. Em entrevista a Universa, a modelo afirma: "Além de virar um processo contra ele, porque quero realmente que ele responda sobre esses atos, quero criar um debate para que as pessoas parem de comentar sobre o corpo do outro, parem de tratar pessoas gordas dessa forma marginalizada, cruel e violenta".

Tsunami

Em 2011, quando o Japão passou por terremoto, tsunami e acidente nuclear, Léo Lins transformou o assunto em piada em um show de stand-up. Um vídeo da performance foi resgatado por brasileiros habitantes do país em 2013, quando ele tentava conseguir um visto para fazer shows lá.

A página "Brasileiros no Japão" iniciou um abaixo-assinado para que Léo fosse proibido de entrar no país. O documento foi encaminhado ao consulado e, um dia depois, o comediante perdeu o visto que havia conseguido há um mês. As autoridades negaram que a decisão teve relação com o vídeo, e alegaram se tratar de um problema de documentação.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares. Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.